Cristiana e Edison Brittes tiveram briga violenta antes de assassinar o jogador Daniel Corrêa
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Edison Brittes e Cristiana Brittes estão presos acusados da morte de Daniel
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Uma
testemunha da investigação do assassinato de Daniel Corrêa afirmou em
depoimento à Polícia Civil do Paraná que Edison Brittes Júnior, o
Juninho Riqueza, admitiu horas depois do crime ter “dado tapas no rosto
de Cristiana Brittes”, sua esposa.
A testemunha, uma amiga de
Allana Brittes e convidada de sua festa de aniversário, disse que
Juninho deu detalhes sobre o que havia acontecido no quarto do casal
antes de Daniel ser espancado. À polícia Juninho admitiu ter matado
Daniel porque o jogador teria tentado estuprar Cristiana.
Em seu depoimento, ao qual o UOL Esporte teve
acesso, a convidada, que terá seu nome preservado, relata uma conversa
entre Juninho e os demais participantes do “after party” na tarde de
sábado, horas depois da morte do jogador.
Nessa conversa, ocorrida
após o retorno dos suspeitos à casa da família, o dono da casa teria
admitido ter matado o jogador e depois de ter agredido a própria esposa.
O texto a seguir é uma reprodução do relatório policial do
interrogatório da testemunha.
“Durante o dia, por volta das 14h, [testemunha] se
levanta e vai até a cozinha. Júnior e Cristiana se sentam no sofá. Em
seguida vêm os demais e se reúnem na sala. Júnior comenta que ‘havia
matado o gambá’ e diz que ‘eu vi ele no quarto com a minha mulher, vocês
têm noção disso, eu não ia aguentar ele. Relatando Júnior que havia ido
ao quarto e a porta estava fechada, o que estranhou, indo até a janela
do quarto, onde viu Daniel no quarto, sendo que ele tentou se esconder, e
então Júnior entrou no quarto deu tapas no rosto de Cris e começou a
agredir Daniel”.
Segundo
a testemunha, Cristiana em nenhum momento acusou estupro. Após a sessão
de espancamento de Daniel, “Cris apenas disse ‘não deixa ele fazer
nada, não deixa ele fazer nada’ e que Júnior a questionou ‘você está
defendendo esse vagabundo'”. Daniel teria sido colocado no porta-malas
do Veloster Preto de Juninho logo depois. O corpo do jogador foi
encontrado no dia 27 de outubro com o pescoço parcialmente cortado e sem
o pênis.
Um dos gêmeos teria ido buscar faca para Juninho
A
testemunha relata ainda outro fato novo, que pode levar a polícia a
aumentar a suspeita sobre outro dos convidados da festa. A amiga afirma
que depois da sessão de espancamento, “um dos gêmeos foi até a cozinha e
saiu com uma faca na mão”. Segundo o
depoimento, Allana Brittes questionou o motivo de pegar o objeto, mas
foi ignorada.
Os gêmeos presentes no “after party” são testemunhas
do caso e filhos de um casal de políticos. Os dois devem falar com a
polícia novamente. Em depoimento, Edison Brittes Júnior disse ter
mentido para proteger os irmãos e outras pessoas que estiveram na casa
no dia do crime.
A amiga de Allana afirmou que o aparelho celular
de Daniel foi destruído por um dos irmãos depois do crime. Diz o relato
do interrogatório:
“[uma convidada] ainda achou no
quarto do casal um aparelho celular, que seria de Daniel, e que neste
vinha mensagem, mas não sabe o conteúdo, porque o aparelho estava
bloqueado, sendo que então um dos irmãos jogou o celular no chão, o
quebrando. O aparelho ficou destruído”.
Testemunha afirma que colchão e documentos foram queimados
A
convidada também disse à polícia que, após retornar do local do crime,
Juninho Riqueza ordenou às pessoas que ainda estavam na casa que
limpassem os vestígios de sangue do local, mandando, inclusive, que um
pedaço do colchão da cama do casal Brittes fosse cortado.
“Júnior ordenou que [a convidada],
David, Igor, Eduardo, Allana e Cris, auxiliados por ele, para que
limpassem a área interna da casa, relatando que inclusive o colchão do
quarto do casal foi cortado na parte que tinha sangue – o tecido da
parte de cima – sendo que esse pedaço foi queimado com os documentos de
Daniel”.
O advogado da testemunha, Rafael Lima Torres, disse
que sua cliente se sentiu coagida no dia do crime. “Não era pra chamar
ninguém, não era pra avisar ninguém. Ela obedecia aos mandamentos que
foram dados, ela não tinha conhecimento. Ela foi coagida dentro do
contexto. Ela veio contribuir com tudo que sabe. Ela não está sendo
ameaçada, mas esclarece dentro do que ela conhece dos fatos”.
O advogado da família de Daniel, Nilton Ribeiro, não quis comentar o depoimento e afirmou que “se manifestará nos autos”.
Em
contato com a reportagem, o advogado da família Brittes, Claudio
Dalledone Júnior, disse que os relatos sobre a suposta agressão de
Juninho a Cristiana não são verdadeiros. “Isso não é verdade, a
testemunha estava na parte de cima [da casa], e busca com esse tipo de
insinuação justificar a omissão de não ter procurado as autoridades”.
Fonte: UOL - Créditos: Adriano Wilkson, Bruno Abdala e Karla Torralba - Publicado por: Ivyna Souto
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