Em período de transição, Michel Temer oferece Granja do Torto e avião da FAB a Jair Bolsonaro
Em uma breve fala, Temer disse acreditar que Bolsonaro fará um governo de muita "paz", "união" e "harmonia"
© Cesar Itiberê/PR
O presidente Michel Temer
informou nesta domingo (28) que oferecerá ao seu sucessor, Jair
Bolsonaro, a Granja do Torto para ele permanecer durante o período de
transição de governo.
Em pronunciamento oficial, no Palácio da Alvorada, ele
ressaltou ainda que colocará à disposição do capitão reformado aeronave
da FAB (Força Aérea Brasileira) para ele se deslocar com segurança.
A
residência oficial foi usada em períodos de transição pelos
ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Para abrigar o
presidente eleito, ele precisará passar por pequenas reformas, como
pintura de paredes e troca de tapetes.
"Eu oferecerei a Granja do
Torto. Se ele quiser ocupá-la, pode fazê-lo", disse. "Isso [aeronave]
está à sua disposição se for necessário para garantir sua segurança",
ressaltou.
Em uma breve fala, Temer disse acreditar que Bolsonaro
fará um governo de muita "paz", "união" e "harmonia". E relatou detalhes
da conversa que teve com o militar pelo telefone.
"Eu pude
perceber um entusiasmo de quem busca a pacificação, harmonia e união. A
partir de agora, iniciaremos a transição", ressaltou.
Para o
presidente, a população brasileira exerceu neste domingo (28) o seu
poder em um processo eleitoral que, segundo ele, foi marcado pela
tranquilidade, harmonia e soberania popular.
Em conversas reservadas, Temer já demonstrava preferência por Bolsonaro desde o início do segundo turno.
Com
base em acenos feitos pelo então candidato, a expectativa do presidente
é de que ele mantenha iniciativas como o teto dos gastos e a reforma
trabalhista, medidas que ele considera as principais conquistas de sua
administração.
Perguntado, Temer disse que oferecerá a ideia a
Bolsonaro de fazer tramitar ainda neste ano a reforma previdenciária,
mas ressaltou que ela só pode ir adiante com o respaldo do presidente
eleito.
A equipe do presidente eleito, contudo, já descartou essa
possibilidade e o próprio Temer já disse a deputados e senadores que não
considera haver clima política para votá-la neste ano.
"Se for
modificar demais, evidentemente não dá tempo. Mas [é possível] se o
presidente eleito quiser avançar na proposta que já está", disse.
No
final do pronunciamento, quando já se retirava do hall palaciano, o
presidente foi questionado o que achou do movimento "Fica Temer",
estimulado em tom de brincadeira por internautas contrários à posse do
militar.
"É simpático", disse, sorrindo.
Política ao Minuto com informações da Folhapress
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