Saiba quais são as propostas de Bolsonaro e Haddad para o magistério e para a Educação
O
Brasil está entre os países com pior desempenho em Educação no mundo.
Na mais recente edição do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de
Alunos), em 2015, ficou nas últimas posições em Ciências (63º),
Matemática (65º) e em Leitura (59ª) entre os 70 países analisados.
No
Dia do Professor, a BBC News Brasil apresenta as propostas dos
dois candidatos à Presidência que chegaram ao segundo turno, Fernando
Haddad(PT) e Jair Bolsonaro (PSL) para essa área.
O
levantamento foi feito com base nos planos de governo apresentados ao
TSE, entrevistas e publicações feitas pelas candidaturas na internet.
O que propõem aos professores?
Ex-ministro da Educação, Fernando Haddad diz em seu programa de governo que quer investir na formação dos educadores e na gestão pedagógica da educação básica.
Ex-ministro da Educação, Fernando Haddad diz em seu programa de governo que quer investir na formação dos educadores e na gestão pedagógica da educação básica.
“Atenção especial será dada à valorização e à formação dos professores e professoras alfabetizadoras”, afirma o texto.
O
petista fala em fortalecer o Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (Pibid), que permite aos alunos de cursos
presenciais com interesse no magistério que se dediquem ao estágio em
escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício
da profissão na rede pública.
O
programa do PT diz que aproximadamente 25% dos professores que atuam na
educação básica não têm licenciatura específica para as disciplinas que
lecionam. O plano fala que retomará a Rede Universidade do Professor,
programa criado para oferecer vagas de nível superior para a formação
inicial e continuada de professores da rede pública, para que possam se
graduar nas disciplinas que lecionam.
Haddad diz que vai implementar a chamada Prova Nacional para Ingresso
na Carreira Docente para candidatos à carreira de professor das redes
públicas de educação básica.
Fala ainda em instituir diretrizes que permitam uma maior permanência dos profissionais nas unidades educacionais.
O
programa diz que pretende reforçar a Universidade Aberta do Brasil
(UAB), programa que visa ampliar e interiorizar – ou seja, expandir para
fora das capitais – a oferta de cursos e programas de educação superior
por meio da educação a distância.
Os dois candidatos falam em melhorar a formação dos professores das escolas públicas no Brasil
Em seu programa de governo, Jair Bolsonaro fala em aumentar a
qualificação de professores, sem posterior detalhamento entre as
propostas.
O candidato defende um
modelo de educação “sem doutrinação e sexualização precoce” e baseado
nas propostas do Escola Sem Partido.
Diz
que falta disciplina no ambiente educacional e que, por isso, “hoje,
não raro, professores são agredidos, física ou moralmente, por alunos ou
pais dentro das escolas”.
Outras propostas para a Educação
Haddad diz que o ensino médio será prioridade do seu governo.
Uma
das principais propostas é criar o programa Ensino Médio Federal, que
aumentará a atuação do governo federal no ensino médio, que
constitucionalmente é de responsabilidade dos Estados.
A
ideia é que haja maior integração, aumento de vagas nos Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e que o governo federal se
responsabilize por escolas situadas em regiões de alta vulnerabilidade.
O
plano diz querer expandir a educação integral e criar uma bolsa de
permanência nas escolas, especialmente para jovens em situação de
pobreza. “O governo Haddad ampliará a participação da União no ensino
médio, de modo a transformar essas escolas em espaços de investigação e
criação cultural e em polos de conhecimento, esporte e lazer, garantindo
educação integral”, diz o texto do programa de governo.
O
ex-ministro da Educação de Lula diz em seu programa de governo que
pretende revogar a reforma do ensino médio. Haddad pretende mexer na
Base Nacional Comum Curricular “para retirar imposições obscurantistas”.
O
plano de governo do petista fala em criar um novo padrão de
financiamento para que a Educação receba o equivalente a 10% do PIB.
Segundo estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) publicado em 2017, os gastos com educação totalizam 4,9% do
PIB brasileiro.
Haddad diz que concentrará esforços em avanços no ensino médio, incluindo escola em tempo integral em lugares mais pobres;
O candidato afirma ter intenção de normatizar o uso público dos recursos do Sistema S na oferta de ensino médio.
O candidato afirma ter intenção de normatizar o uso público dos recursos do Sistema S na oferta de ensino médio.
O
objetivo é direcionar 70% dos recursos à ampliação da oferta de ensino
médio. Fazem parte do Sistema S o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai), Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social
da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio
(Senac).
O programa promete a
institucionalização Sistema Nacional de Educação, pendente há quatro
anos. O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014, o colocou
como um caminho para a articulação do sistema de ensino nos níveis
federal, estadual e municipal, com o objetivo de atingir as metas
estipuladas pelo governo.
No que diz
respeito a minorias, o plano diz que um eventual governo Haddad
“fortalecerá uma perspectiva inclusiva, não-sexista, não-racista e sem
discriminação e violência contra LGBTI+ na educação”. Diz também que
retomará os investimentos na educação do campo, indígena e quilombola.
Como contraponto ao Escola Sem Partido, o programa propõe a Escola com
Ciência e Cultura.
Diz que quer focar
o programa Educação para Jovens e Adultos em alfabetização. Fala,
ainda, em introduzir trabalho com linguagens digitais desde o primeiro
ano do ensino fundamental. Para combater violência em escolas, será
criado o Programa Paz e Defesa da Vida nas Escolas.
O programa do PT diz que o foco será o ensino médio, mas também fala em expandir universidades e institutos federais.
Jair Bolsonaro, por sua vez, afirma que dará ênfase à educação infantil, básica e técnica.
O
programa de governo fala em mudar a Base Nacional Comum Curricular,
“impedindo a aprovação automática e a própria questão de disciplina
dentro das escolas”.
O programa fala que o conteúdo e método de ensino precisam ser mudados. “Mais matemática, ciências e português”, diz o texto.
Bolsonaro
pretende incluir no currículo escolar as matérias educação moral e
cívica (EMC) e organização social e política brasileira (OSPB),
disciplinas herdadas da ditadura militar.
O
candidato tem ainda intenção de ampliar o número de escolas militares,
fechando parcerias com as redes municipal e estadual. A meta é que haja,
em dois anos, um colégio militar em cada capital. Tem também o plano de
construir o maior colégio militar do país em São Paulo, no Campo de
Marte.
Jair Bolsonaro
defende aumentar o número de escolas militares no país; a meta é que,
até 2020, haja uma em cada capital.
Fala, ainda, em integração entre governos federal, estadual e municipal.
Fala, ainda, em integração entre governos federal, estadual e municipal.
O
programa do capitão reformado dá ênfase à educação a distância nos
níveis básico, médio e superior. “Deve ser considerada como alternativa
para as áreas rurais onde as grandes distâncias dificultam ou impedem
aulas presenciais”, diz o texto.
Ainda
segundo o documento, o Brasil gasta mais com ensino superior do que com
o ensino básico. Bolsonaro defende que isso seja invertido.
Para
o ensino superior, o programa fala em parcerias de universidades com a
iniciativa privada para desenvolvimento de novos produtos visando
aumentar a produtividade no país.
Diz, ainda, que universidades devem estimular e ensinar o empreendedorismo.
Bolsonaro é contra cotas raciais, mas a favor das sociais.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Fonte: bbc.com - Publicado por: Suedna Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário