Jair Bolsonaro lidera primeira pesquisa com 58% contra 42% de Fernando Haddad
Foto: Adriano Machado e Rodolfo Buhrer/Reuters |
Na
primeira pesquisa do Datafolha sobre o segundo turno das eleições
presidenciais, Jair Bolsonaro (PSL) tem ampla vantagem sobre Fernando
Haddad (PT). O deputado tem 58% dos votos válidos, enquanto o
ex-prefeito paulistano conta com o apoio de 42% dos ouvidos.
A
contagem, que exclui os brancos, nulos e indecisos como a Justiça
Eleitoral faz no dia da eleição, confirma a onda conservadora que quase
deu a vitória em primeiro turno ao presidenciável do PSL.
No primeiro turno, Bolsonaro teve 46% dos votos válidos e Haddad, 29%.
O
Datafolha ouviu 3.235 pessoas em 227 municípios nesta quarta (10). A
margem de erro do levantamento, contratado pela Folha e pela TV Globo, é
de dois pontos para mais ou para menos.
Quando se leva em conta a
intenção de voto total, os dois candidatos absorveram de forma uniforme
o eleitorado deixado pelos outros postulantes que já decidiu quem
apoiar. O deputado fluminense tem 49% dos votos totais, e havia
conquistado 42% no primeiro turno. Já o petista registra 36% -no domingo
passado, angariou 27%.
Brancos e nulos somam, segundo o Datafolha, 8%. Apenas 6% se declaram indecisos.
O
voto de Bolsonaro está bastante distribuído pelo país. Como no primeiro
turno, ele só perde regionalmente para Haddad no Nordeste, onde o
petista tem 52% dos votos totais, contra 32% do capitão reformado do
Exército.
Isso explica os acenos recentes de Bolsonaro para o
eleitorado daquela região, que tem a maioria dos assistidos por
programas de distribuição de renda. Nesta quarta, ele prometeu criar um
13º salário do Bolsa Família, e ele declarou em pronunciamento que o PT
faz “terrorismo” contra nordestinos, dizendo que eles seriam segregados
em um governo seu.
O deputado vence com folga na região mais
populosa, o Sudeste: 55% a 32% dos votos totais. Seu melhor desempenho é
no Sul, 60% a 26%, seguido pelo Centro-Oeste (59% a 27%). No Norte,
vence por 51% a 40%.
Confirmando a tendência registrada ao longo
da campanha, as mulheres dão menos apoio a Bolsonaro, 42% dos votos
totais. Entre homens, ele atinge 57%. A equação é invertida na intenção
de voto para Haddad: o petista tem 39% entre mulheres, empatando na
margem com o deputado, e 33% do eleitorado masculino.
Pretendem
votar no capitão reformado pessoas mais ricas (62% nos segmentos entre 5
e 10 salários mínimos e acima de 10) e escolarizadas (58% de quem tem
ensino superior).
Haddad vai melhor no outro extremo, apoio de 44%
de quem tem só o ensino fundamental e o mesmo índice entre os mais
pobres (renda familiar média mensal até 2 salários mínimos).
O
Datafolha comprova o apoio maciço a Bolsonaro entre os evangélicos,
grupo privilegiado em suas manifestações e intenções programáticas. O
deputado tem 60%, contra 26%, entre eles. Já entre os católicos, a
disputa está em 46% a 40% para o capitão.
Também foi perguntado ao
eleitor quando ele decidiu seu voto no primeiro turno. No dia do
pleito, foram 12%, contra 9% em 2014. Na véspera, 6%, número igual ao da
eleição presidencial passada. Já a decisão um mês antes de ir às urnas
ocorreu para 63% -72% entre os bolsonaristas. Em 2014, o índice era de
67%.
Foram entrevistadas 3.235 pessoas em 227 municípios. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BR-00214/2018.
Folha de São Paulo
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