Polícia Federal vê indícios de que Michel Temer recebeu R$ 5,9 milhões em propina
O
relatório final da Polícia Federal vê indícios de que o presidente
Michel Temer (MDB) recebeu diretamente R$ 5,9 milhões de propina no
setor portuário.
De acordo com o
texto, assinado pelo delegado Cleyber Malta Lopes, os valores teriam
sido pagos pela Rodrimar, pelo grupo J&F e pelo grupo Libra, em
doações oficiais e em dinheiro vivo.
A
PF afirma que “o setor portuário sempre foi área de influência e
interesse do MDB e do presidente” e por isso as indicações até hoje são
feitas pelo partido.
O relatório da polícia aponta que o coronel João Baptista Lima Filho é o intermediador do emedebista há pelo menos 20 anos.
A
PF enviou nesta terça (16) ao STF (Supremo Tribunal Federal)
o indiciamento do presidente e mais dez pessoas. O relator do caso é o
ministro Luís Roberto Barroso. O Ministério Público é quem tem
competência para fazer a denúncia.
A polícia pediu a prisão de quatro investigados, entre eles, o coronel Lima. Eles estão impedidos de deixar o país.
No
relatório, que tem quase 900 páginas, Malta Lopes descreve que havia
uma engenharia financeira para a lavagem de dinheiro, à disposição
principalmente de Temer, que funciona há pelo menos 20 anos.
O delegado coloca em dúvida, no entanto, que os donos sejam os que aparecem no papel, Lima e seu sócio, Carlos Costa.
“Lima
e Costa criaram uma dezena de outras empresas, já identificadas,
utilizando-se da estrutura oficial da Argeplan, visando transferência de
recursos ou patrimônio, de forma oculta ou dissimulada e em benefício
próprio e de terceiros. Numa engenharia que tem servido para lavagem de
dinheiro, posta principalmente a disposição do Senhor Michel Temer, ao
longo dos últimos 20 anos”.
Aberto em
2017, o inquérito buscava esclarecer se Temer recebeu, por meio do
militar aposentado, propina em troca da edição de um decreto que teria
beneficiado companhias que atuam no porto de Santos.
A
medida assinada por Temer permitiu ampliar de 25 para 35 anos os prazos
dos contratos de concessões e arrendamentos no porto firmados após
1993.
Outro ponto do relatório da PF é
uma reforma realizada na casa da filha do emedebista, entre 2013 e
2015. Conforme a Folha de S.Paulo revelou em abril, a mulher do coronel,
Maria Rita Fratezi, pagou em dinheiro vivo despesas da obra do imóvel
de Maristela Temer.
Os indiciados
pela PF são: Michel Temer, sua filha, Maristela Temer, Rodrigo
Rocha Loures, seu ex-assessor, Antonio Greco, ex-diretor da Rodrimar,
Ricardo Mesquista, também da Rodrimar, Gonçalo Torrealba, diretor do
grupo Libra, o coronel João Baptista Lima Filho e sua mulher, Maria
Rita Fratezi, amigos de Temer, Carlos Alberto Costa e seu filho, diretor
da Argeplan, e Almir Ferreira, contador da Argeplan.
Fonte: Noticias ao Minuto - Publicado por: Suedna Lima
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