Estudo póstumo do físico britânico Stephen Hawking é publicado por seus colaboradores
Físico avaliou o destino dos objetos que caem em um buraco negro
© BrunoPress
Colaboradores do físico
britânico Stephen Hawking, morto em março passado, revelaram na última
sexta-feira (12) seu último estudo, que é dedicado aos buracos negros e
ao misterioso destino de objetos atraídos por eles.
O texto foi divulgado por seus colaboradores nas universidades
de Harvard e Cambridge em um site chamado Arxiv, que identifica artigos
científicos antes mesmo de sua revisão em vista da publicação oficial.
O
estudo, intitulado "Black Hole Entropy and Soft Hair" (Entropia de
Buracos Negros e Cabelos Macios), foi o último esforço registrado pelo
britânico antes de sua morte, no dia 14 de março deste ano.
O
colaborador Malcolm Perry, professor de física teórica em Cambridge,
chamou Hawking poucos dias antes de o cosmólogo morrer, para atualizá-lo
sobre os últimos desenvolvimentos de sua pesquisa, sem saber do
agravamento de suas condições de saúde.
"Era muito difícil para
Stephen se comunicar", contou Perry à imprensa britânica. "Fui colocado
no viva-voz para explicar até onde já tínhamos chegado. Quando terminei,
ele esboçou um grande sorriso. Eu lhe disse que tínhamos feito
progressos. Ele sabia o resultado final", disse.
O objetivo do
estudo era desvendar o chamado "paradoxo da informação", ou seja, o
destino dos elementos físicos que são sugados para dentro de um buraco
negro. Segundo o novo estudo, a queda do objeto deveria aumentar a
temperatura do buraco negro e o grau de desordem interna - a entropia.
Essa
variação seria registrada por feixes de luz (fótons) que viajam perto
da borda (o horizonte dos eventos) do buraco negro e que Hawking e seus
colegas chamaram de "soft hair" (cabelos macios, em tradução livre),
possibilitando assim a recuperação de informações do objeto caído no
buraco.
"Não sabemos se a entropia de Hawking vale para qualquer coisa que
caia em um buraco negro", continuou Perry. "Mas se trata de um grande
passo", concluiu. (ANSA)
Tech ao Minuto
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