Índia e Paquistão trocam insultos na Organização das Nações Unidas neste sábado
A ministra das Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj, discursa na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de setembro de 2018, nas Nações Unidas em Nova York |
A Índia e o Paquistão
trocaram insultos nas Nações Unidas neste sábado, depois que os planos
para um raro encontro entre seus ministros das Relações Exteriores em
Nova York fracassaram.
A Índia cancelou as negociações oferecidas
pelo novo primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, após um ataque
que, segundo a ministra das Relações Exteriores, Sushma Swaraj, matou
três soldados indianos.
Dirigindo-se à Assembleia Geral das Nações
Unidas, a ministra das Relações Exteriores da Índia negou que seu
governo tenha procurado um pretexto para inviabilizar a oferta de
sentar-se com seu colega paquistanês Shah Mehmood Qureshi.
“Somos acusados de sabotar o processo de conversas”, disse. “Isso é uma mentira completa”.
Swaraj
criticou o Paquistão por oferecer “terrenos propícios ao terrorismo” e
um “porto seguro” para Osama bin Laden, responsável pelos ataques de 11
de setembro de 2001.
“O Paquistão glorifica os assassinos. Recusa-se a ver o sangue de inocentes”, disse.
A
Índia há muito tempo acusa o Paquistão de armar grupos rebeldes na
Caxemira, um território do Himalaia dividido entre os dois países, mas
reivindicado por ambos.
O chanceler paquistanês reagiu dizendo que a Índia cancelou as negociações três vezes por “motivos frágeis”.
“Eles
preferiram a política à paz. Eles usaram o pretexto de selos emitidos
meses atrás de um ativista da Caxemira e descrevendo graves violações
dos direitos humanos, incluindo vítimas de armas, como uma desculpa para
desistir das negociações”, disse Qureshi.
O Paquistão emitiu
recentemente selos postais de Burhan Wani, um carismático comandante
militante da Caxemira morto por tropas indianas em julho de 2016, cuja
morte desencadeou uma onda de protestos violentos no território.
A
Índia tem cerca de 500 mil soldados na parte da Caxemira que controla,
onde grupos armados lutam pela independência ou uma fusão com o
Paquistão.
AFP
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