Enterrado, nesta sexta-feira, corpo da estudante pernambucana assassinada na Nicarágua
Foto: autor desconhecido
Foi enterrado hoje (3), por volta das 11h, no Cemitério Morada
da Paz, em Paulista, região metropolitana do Recife (PE), o corpo da
estudante pernambucana Raynéia Gabrielle Lima, assassinada na cidade de
Manágua (Nicarágua) no dia 23 de julho.
Raynéia foi sepultada vestida com o jaleco do Hospital da Polícia
Nacional de Manágua, local onde trabalhava, e com um diploma da
Universidade Americana em Manágua (UAM), onde estudava, datado em 24
julho.
A estudante foi assassinada na capital nicaraguense no dia 23 com um
tiro no peito. Segundo o reitor da o reitor da Universidade Americana
(UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um “um grupo de paramilitares”
no sul da capital Manágua, Ernesto Medina, o tiro que a matou foi
disparado por um “um grupo de paramilitares” no sul da capital Manágua.
De acordo com a Rádio Universitária do Recife, parceira da Agência
Brasil, cerca de cem pessoas, entre familiares e amigos, participaram do
enterro, que atraiu também pessoas que participavam de outros velórios.
O corpo de Raynéia chegou à capital pernambucana nesta madrugada, por
volta das 0h30, e foi recebido, no aeroporto Internacional dos
Guararapes, por representantes da Secretaria de Justiça de Direitos
Humanos (SJDH) de Pernambuco e do Ministério das Relações Exteriores.
Crise política
A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se
intensificaram desde abril contra o presidente Daniel Ortega que se
mantém há 11 anos no poder em meio a acusações de abuso e corrupção. A
repressão aos protestos populares já deixou entre 277 e 351 mortos, de
acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.
O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de um
fórum no qual o reitor Ernesto Medina disse que o crescimento econômico e
a segurança na Nicarágua, antes da explosão dos protestos contra
Ortega, em abril, “era parte de uma farsa” porque “nunca houve um plano
que acabasse com a pobreza e a injustiça”.
Em entrevista a uma emissora de TV local, o reitor da Universidade
Americana de Manágua acrescentou que as forças paramilitares “sentem que
têm carta branca, ninguém vai dizer nada a eles, ninguém vai fazer
nada”. De acordo com Medina, os grupos paramilitares estão envolvidos em
morte e sequestro.
O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana
de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações
Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus
tratos, possíveis atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas em
território nicaraguense.
Recomendações
Desde o início da crise no país, o Ministério das Relações Exteriores
orienta que brasileiros não viajem à Nicarágua. Se a viagem for
inevitável, o Itamaraty sugere as seguintes recomendações:
– Evite participar e aproximar-se de manifestações;
– Evite deslocamentos desnecessários. Caso seja necessário fazer um
deslocamento, esteja acompanhado ou passe por vias com policiamento;
– Manter em dia e válido o passaporte para uma eventual saída emergencial do país;
– Carregue sempre uma cópia do passaporte ou de um documento de
identificação válido. Mantenha uma cópia também no correio eletrônico;
– Avise pessoas próximas (parentes e amigos) sobre a localização e meios de comunicação;
– Evite viajar para o interior do país e o deslocamento por estradas
para fora da capital, que têm sido bloqueadas por criminosos armados.
Agência Brasil
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