Ministro do STF diz que multas a caminhoneiros não podem ser perdoadas
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Foto: Marcelo Regua |
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse
hoje (20) que não podem ser perdoadas as multas aplicadas às
transportadoras que não cumpriram a ordem de desbloqueio imediato das
rodovias durante a paralisação dos caminhoneiros, em maio.
O
ministro, que é o relator das ações que tratam do assunto, participou de
uma audiência pública convocada por ele para embasar sua decisão de
mérito das ações nas quais a Advocacia-Geral da União (AGU) obteve
liminar para multar as empresas de comércio e de transporte que não
liberaram o trânsito nas rodovias do país durante a greve. Em maio, ao
atender a AGU, Moraes determinou o pagamento de R$ 715 milhões em
multas.
Em entrevista à imprensa após a reunião, Moraes disse que
as multas não podem ser perdoadas. “De forma alguma. Quem obstruiu e foi
multado tem sua responsabilidade. Eu salientei desde o início da
reunião. Isso será analisado em cada impugnação. Há empresas que fizeram
impugnações dizendo, por exemplo, que aquele caminhão é alugado a
terceiros. Isso vai ser analisado. O importante é conscientizar todo o
setor de transporte de carga, todo o setor de transporte rodoviário, que
é direito deles a greve, a liberdade de reunião, a liberdade de
expressão, de manifestação, mas sempre respeitando o direito de toda a
sociedade”, afirmou.
Além de recorrer ao STF para tentar evitar o
pagamento das multas, as empresas aguardam uma reunião com a AGU, que
deve ocorrer na semana que vem, para abrir algum tipo de negociação para
o pagamento.
Durante a audiência pública, uma das entidades que
se manifestou a favor do setor foi a Confederação Nacional do Transporte
(CNT). Segundo Sérgio Antônio Ferreira Victor, representante da
confederação, a maioria das empresas não tinha interesse na greve e foi
surpreendida pela paralisação.
“Não excluo a possibilidade de
algumas empresas terem se envolvido na paralisação, mas, certamente, a
maior parte das empresas não estava ali envolvidas propositalmente, mas
se surpreenderam e se viram envolvidas nessa situação bastante
complicada. Os caminhões ficaram travados no acostamento das rodovias,
não tinham como sair, muitos sofrendo ameaças de apedrejamento e corte
de mangueiras de ar”, argumentou.
Após a aplicação das multas, as
empresas recorreram ao STF e as petições de cada caso serão analisadas
pelo ministro. A data de julgamento ainda não foi definida.
Agência Brasil
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