Condenado a 19 anos de prisão, americano passou 17 anos detido por engano
Há
quase duas décadas, Richard A. Jones foi condenado a 19 anos de prisão
pelo roubo de um celular no estacionamento de um supermercado Walmart,
no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Na época, ele foi
identificado por testemunhas como o autor do crime. Mas Jones sempre se
disse inocente e, enquanto cumpria a pena no Lansing Correctional
Facility, ouviu de outros presos que se parecia muito com um homem
chamado Ricky, que também cumpria pena.
Essa semelhança
eventualmente garantiria a ele a liberdade. No ano passado, um juiz
anulou a condenação de Jones depois que as fotos dos dois homens foram
colocadas lado a lado. Ao ver as imagens, as testemunhas originais do
caso disseram que não conseguiam ver diferença entre as duas pessoas.
Jones
conseguiu sair da cadeia, mas só 17 anos depois de ter entrado pela
primeira vez no presídio de Lansing. Por isso, ele quer reparação.
Nesta
quarta-feira, o americano entrou com uma ação no Distrito Judicial de
Kansas exigindo US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 4,6 milhões) em compensação
do Estado – cerca de US$ 65.000 para cada um dos 17 anos que passou na
prisão por um crime que diz não ter cometido.
Quando foi
condenado, Jones tinha 25 anos e era pai de duas crianças pequenas.
Hoje, ele tem mais de 40 anos e as filhas têm 24 e 19 anos.
“Uma boa parte da minha vida foi tirada de mim e eu nunca poderei voltar no tempo”, afirmou ele, em entrevista na quinta.
“Naquela
época, eu estava tentando ser responsável como pai. Eu não era
perfeito, mas fazia parte da vida delas. Foi muito difícil ficar preso,
porque eu estava acostumado a estar presente na vida das minhas filhas.”
‘Agulha no palheiro’
Na
época em que descobriu o “sósia” e foi solto por decisão da Justiça,
Jones declarou à imprensa que a descoberta foi como “achar uma agulha no
palheiro”.
“Eu não acredito em sorte. Acredito que fui abençoado”, afirmou ao jornal local Kansas City Star.
O
sósia nega que tenha cometido o crime de roubo pelo qual Jones foi
condenado. Ao liberar Jones da prisão, o juiz não culpou Ricky pelo
roubo, apenas disse que, com base na nova evidência, nenhum juri
“sensato” o teria condenado.
Antes da descoberta do sósia, Jones
havia recorrido sem sucesso da condenação pelo roubo de 1999. “Todos os
meus recursos tinham sido negados”, disse.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário