Prática de abuso de autoridade 
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio 
Lula da Silva ingressou na sexta-feira com uma queixa-crime 
subsidiária no Tribunal Regional Federal da 4ª Região para que o juiz 
Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, em 
Curitiba, seja condenado pela prática de abuso de autoridade. Entre as 
punições previstas para esse tipo de delito, estão a detenção de dez 
dias a seis meses, a suspensão e a exoneração do cargo, conforme 
frisado pela nota assinada pelos advogados Cristiano Zanin Martins e 
Roberto Teixeira.
“Após expor todos os fatos que 
configuram abuso de autoridade, a petição pede que o agente público 
Sergio Fernando Moro seja condenado nas penas previstas no artigo 6º. da
 Lei 4.898/65, que pune o abuso de autoridade com detenção de dez dias a
 seis meses, além de outras sanções civis e administrativas, inclusive a
 suspensão do cargo e até mesmo a demissão”, diz o texto.
Na nota, os advogados afirmam que o artigo 16 da Lei 4.898/65
 autoriza a vítima de abuso de autoridade a propor uma ação penal contra
 um juiz. O pedido foi inicialmente protocolado na Procuradoria-Geral da
 República (PGR) na última quarta-feira, mas, como não foi 
tomada nenhuma providência, decidiu-se pela queixa-crime de caráter 
subsidiário. A defesa alega que Moro cometeu os abusos por ter 
autorizado a condução coercitiva do ex-presidente, “privando-o de seu 
direito de liberdade por aproximadamente 6 horas”; pelos mandados de 
busca e apreensão expedidos contra ele; e pela interceptação “indevida” 
de ligações telefônicas.
O petista foi alvo da 24ª fase da Lava 
Jato, a Aletheia, deflagrada em março deste ano. Desde então, a defesa 
do ex-presidente tem travado uma cruzada para afastar Moro do 
caso. Já pediu a suspeição dele e do desembargador João Pedro Gebran 
Neto, responsável pelos processos da Lava Jato em segunda instância no 
TRF 4; e protocolou na Organização das Nações Unidas (ONU) um documento 
que acusa Moro de arbitrariedades e violação dos direitos humanos.
A legislação invocada por Lula para 
propor a ação é justamente a que o presidente do Senado, Renan Calheiros
 (PMDB-AL), quer substituir por um projeto de 2009, que tramita há anos 
no Congresso e voltou a ser pautado neste momento, que prevê o 
endurecimento das punições por abuso de autoridade.
 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário