Morre no Rio de Janeiro o artista plástico paraibano Antonio Dias aos 74 anos
Morreu,
nesta quarta-feira (1º), o artista plástico paraibano Antonio Dias, aos
74 anos. Ele estava internado desde domingo na Clínica São Vicente,
Zona Sul do Rio de Janeiro.
O artista tratava de câncer do pulmão há sete anos e foi diagnosticado em junho de 2017 com um tumor na cabeça.
Nascido
em Campina Grande, cidade da Paraíba, Dias radicou-se no Rio de Janeiro
no final dos anos 1950. Na época, ele frequentou aulas de Oswaldo
Goeldi no ateliê de gravura da Escola Nacional de Belas Arte e passou a
trabalhar como desenhista de arquitetura e artista gráfico, colaborando
para publicações como a revista Senhor.
Nara Roesler, sua
galerista há nove anos, disse em depoimento à Folha que trabalhar com
Dias permitia a o aprendizado e troca de experiências a todo momento.
“Todos os artistas que são seguros, são cooperativos”, afirmou Roesler.
“Ele sabia da importância de seu trabalho”.
O colega de profissão e
também artista plástico Waltércio Caldas afirma que Dias o influenciou
tanto profissionalmente quanto pela sua postura de fala. ”
Ele
apresentou uma nova concepção do que era ser artista”, diz o Caldas.
“Dias refletia muito sobre a questão política que não era usada de forma
ingênua, mas de uma forma fantástica, que para mim apresentava a ideia
de artista contemporâneo”.
Este diálogo político em seus trabalhos
que dialogavam contra à ditadura militar, lhe rende um exílio durante a
ditadura militar e viveu durante anos 1970 em Milão. Nesta época, seus
quadros passam de um vocabulário geométrico, abstrato e partiu à pintura
de experimentos com pigmentos de ouro, cobre, óxido e grafite.
Dias deixa a esposa Paola e duas filhas. O velório será no Memorial do Carmo na Capela 7, na quainta-feira (2), das 14h às 16h.
Estadão
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