'Existem muitos gays na Polícia Militar', diz soldado ameaçado por beijar rapaz
Soldado Leandro Prior tem recebido ameaças de colegas desde que foi flagrado dando 'selinho' em outro homem dentro do Metrô de São Paulo

© Eduardo Saraiva/ A2IMG
O soldado
da Polícia Militar Leandro Prior, de 27 anos - que pediu afastamento
médico após ser vítima de ataques por conta de um vídeo que circula nas
redes sociais em que ele aparece fardado beijando outro homem dentro de
um vagão do Metrô de São Paulo -, afirmou ter sofrido preconceito
anteriormente dentro da corporação. Prior aproveitou para lembrar:
"Existem gays na PM, e muitos".
“Houve um caso onde apontaram o dedo. Foi dito que ‘com ele eu
não trabalho’. Foi direto, curto e grosso. E a pessoa disse: ‘você sabe
por que’. [...] Os outros casos são velados, mas esse foi o único caso
mais direto antes desse caso do vídeo”, contou o PM ao G1. Segundo ele,
este tinha sido o único momento em que foi discriminado diretamente,
pois, em geral, a discriminação acontecia de forma velada.
Em
relação ao vídeo, o policial explica que já havia deixado o trabalho
quando foi filmado, apesar de aparecer fardado dentro de um vagão da
Linha 3-Vermelha do Metrô.
Desde
então, Prior tem recebido comentários ofensivos e até ameaças pela
internet. Em uma mensagem postada no Facebook, um policial militar das
Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) diz que Prior merece morrer.
"Aqui
não aceitamos um policial fardado em pleno Metrô beijando um homem na
boca. Desgraçado, desonra para minha corporação. Esse tinha que morrer
na pedrada! Canalha safado! Se alguém não gostar desse comentário, f*
você também!", escreveu.
Por conta de declarações como esta feitas
por policiais, Prior solicitou providências criminais e administrativas
à Polícia Civil e Militar. "Eu tenho diversos prints, e 90% a 95% das
pessoas que fazem comentário de ódio em todas as redes sociais contra a
minha pessoa e a minha vida são vindas de policiais militares”, afirma.
O
soldado é vítima de homofobia, mas também deve responder a um
procedimento administrativo dentro da corporação. Isso porque o vídeo
mostra que ele não obedeceu às regras de segurança da corporação. Ele
teria deixado o coldre da arma aberto e por isso teve a arma recolhida.
De
acordo com Prior, a corporação afirmou não haver nenhum regulamento que
proíba manifestações de afeto fora do ambiente profissional. “Acredito
que não seja proibido pelo artigo 104 da I-24 PM, onde ela permite atos
de afeto fora da administração, área de administração militar”, diz o
soldado.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi questionada sobre o caso, mas ainda não se posicionou.
Notícias ao Minuto
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