A POLÍTICA INSTALA-SE ONDE NÃO DEVERIA E IMAGEM DO PODER JUDICIÁRIO SOFRE MAIS UM DURO GOLPE
Primeiro
foi o desembargador Rogério Favreto, autor da aberração jurídica de
rever a decisão tomada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região de
prender Lula depois de tê-lo condenado a 12 anos e um mês de prisão por
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Ele não poderia ter
feito o que fez. Um juiz sozinho, muito menos de plantão, não pode
suspender decisão tomada por um colegiado. É verdade que o ministro Dias
Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, o fez recentemente ao mandar
soltar o ex-ministro José Dirceu.
Toffoli é um Favreto que toma
uísque escocês. Favreto toma chimarrão. Toffoli soltou Dirceu alegando
que sua decisão era “excepcional”. E com ele concordou a maioria dos
ministros da segunda turma do tribunal. Não é nada, não é nada, mas
ficou parecido com muita coisa.
O juiz Sérgio Moro, que estava de
férias, e a quem falta autoridade para desrespeitar decisão adotada em
instância superior, meteu-se com o que não devia e apanhou também.
Abusou de um poder que não tem. Não foi a primeira vez e, pelo jeito,
não será a última.
Em seguida, fez por onde apanhar o
desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do processo do tríplex do
Guarujá que levou Lula a ser condenado. Gebran não estava de plantão. O
plantão era de Favreto, e só acaba hoje às 11 horas. Mas ele ordenou que
Lula ficasse preso.
Então, o ministro Thompson Flores, presidente
do tribunal, sentiu-se forçado a pôr ordem na casa – e por isso
apanhou. Nada existe nas regras do tribunal que avalize sua decisão de
manter Lula preso e de repassar a Gebran o pedido de habeas corpus para
soltá-lo.
O certo seria que Lula tivesse sido solto, e que hoje,
ao fim do plantão de Favreto, Gebran mandasse prender Lula outra vez.
Não foi assim porque a soltura de Lula criaria um fato político a ser
explorado pelo PT. Lula solto e preso de novo reforçaria sua falsa
condição de preso político.
Resultado da ópera bufa encenada em
Porto Alegre com a ajuda de Moro, que está em Portugal: a imagem do
Poder Judiciário sofreu mais um duro golpe. A política instalou-se aonde
não deveria existir lugar para ela. As togas estão sendo emporcalhadas
por culpa de quem as usa.
MaisPB - Por Heron Cid
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