Falsos advogados cercam vítimas nas agências do INSS e delegacias na Paraíba

A
promessa de vitória em processo na Justiça é a principal “arma”
utilizada por falsos advogados na hora de assediar possíveis vítimas. Na
Paraíba os criminosos atuam principalmente em agências do Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS) e nas delegacias.
Na última
semana mais um caso de exercício ilegal da profissão foi registrado em
João Pessoa. Policiais da Delegacia de Defraudações e Falsificações
prenderam, pela segunda vez, um falso advogado quando ele se preparava
para aplicar golpe no valor de R$ 10 mil. Na audiência de custódia a
Justiça estabeleceu fiança de um salário mínimo, além do uso de
tornozeleira eletrônica para que ele fosse solto.
Levando em
consideração que os estelionatários não possuem registro na Ordem, a OAB
não chega a ser comunicada sobre as prisões pelo exercício ilegal da
profissão. Ao Portal MaisPB o presidente da Comissão de Combate ao
Exercício Ilegal da Profissão, Arthur Nóbrega, explicou que os casos
envolvendo falsos advogados são recorrentes.
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Arthur Nóbrega, presidente da Comissão de Combate ao Exercício Ilegal da Profissão da OAB-PB
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“O
OAB está há algum tempo com a política de fiscalizar o exercício da
advocacia para evitar a captação ilegal de clientes e investigar os
falsos profissionais. Infelizmente temos notícias e estamos buscando
combater essa prática”, explicou.
Arthur Nóbrega, presidente da Comissão de Combate ao Exercício Ilegal da Profissão da OAB-PB
No
entanto, conforme o presidente, a investigação é complexa já que existe
um “forte esquema de proteção”, inclusive com envolvimento de grandes
escritórios, no caso de captação de clientes. “Eles sabem como agir e
fugir do local quando são flagrados. Há alguns casos onde a pessoa tem a
formação no curso de Direito, mas não conseguiu aprovação na OAB e
mesmo assim escritórios permitem que elas atuem”, revelou Nóbrega.
Recentemente
a OAB lançou um programa para alertar sobre a captação ilícita de
clientes. Segundo ele, os falsos profissionais ficam nas portas de
agências do INSS, delegacias e órgãos públicos distribuindo cartões e
oferecendo seus serviços.
“Não há nenhuma punição na OAB, já que
estas pessoas não possuem registro, mas elas respondem por exercício
ilegal da profissão”, frisou. Além disso, os falsos advogados respondem
ainda por estelionato e falsidade.
Para Nóbrega, a atuação
criminosa causa uma repercussão negativa para a advocacia, já que o
cliente é induzido ao erro por um falso profissional que não tem nível
necessário para agir como advogado. “Gera uma mácula na profissão, que
fica desacreditada e a OAB quer combater essa mácula”, afirmou,
ressaltando o trabalho em conjunto com as Polícias para combater a
atuação dos criminosos.
MaisPB
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