Projeto da Universidade Estadual da Paraíba garante produção de uvas em alto padrão, sem uso de agrotóxico
Um
projeto de pesquisa desenvolvido no Centro de Ciências Humanas e
Agrárias (CCHA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado
no Câmpus IV, em Catolé do Rocha, está produzindo uvas em alto padrão,
sem uso de agrotóxico e mostrado que o cultivo do produto pode ser
adaptado ao semiárido e às altas temperaturas do Sertão. A sétima poda
da primeira colheita da uva orgânica da variedade Isabel já está sendo
feita e a perspectiva de produção é de quatro toneladas por hectare.
O
projeto foi idealizado pelo professor José Geraldo Rodrigues dos
Santos. Parte da produção da videira será destinada para pequisa no
Câmpus, sendo que a proposta é, futuramente, colocar a tecnologia a
disposição dos produtores da região. Algumas das uvas colhidas também
serão transformadas em polpas e distribuídas gratuitamente nas creches
da cidade e entre a comunidade universitária.
A produção orgânica
de uvas no Câmpus IV, com uso de biofertilizantes, vem sendo feita com
sucesso desde 2011, graças a um projeto coordenado pelo professor José
Geraldo. A iniciativa foi conduzida pelos estudantes Alex Serafim de
Lima, Francisca Lacerda da Silva, Joicy Maria Simões Vieira e Jéssica da
Mota Santos, alunos da Licenciatura Plena em Ciências Agrárias. A
pesquisa, que foi desenvolvida na Estação Experimental Agroecológica,
teve como objetivo estudar os efeitos de doses de biofertilizante e de
intervalos de aplicação na produção e na qualidade da produção da
videira Isabel.
Diretor da Escola Agrotécnica do Cajueiro, o
professor Edivan Nunes explicou que a ideia é, futuramente, beneficiar
os produtores da região, gerando renda e aquecendo a economia local.
Edivan observou que, historicamente, Catolé do Rocha não tem o costume
de cultivar uva, por entender que a cultura não é adequada ao clima
quente do Sertão paraibano. No entanto, a pequisa desenvolvida pela UEPB
tem mostrado que o cultivo de uva na região é viável, desde que se
aplicada a tecnologia correta.
Além de produzir uva orgânica, um
dos diferenciais da pequisa é que todo o trabalho foi feito sem uso de
agrotóxicos e com o desenvolvimento de uma irrigação localizada, que é a
aplicação de água diretamente sobre a zona radicular das culturas, em
pequenas quantidades. O projeto, vinculado ao curso de Ciências
Agrárias, existe há sete anos e. além de proporcionar a cultura da uva,
ainda é capaz de avaliar a qualidade da produção da fruta e a escala de
pH (que indica se o meio é ácido, básico ou neutro).
Ao todo, o
cultivo conta com 210 plantas na videira, a maioria experimentais, com
uma produção média de 18 quilos de uva por planta. As uvas cultivadas no
Câmpus IV, pela característica própria de sua criação, apresentam um
paladar diferenciado em relação a mesma fruta cultivada em outros
locais. Segundo o professor José Geraldo, a uva é bem mais doce do que
as disponíveis normalmente no mercado. Pela forma como é cultivada, tem
uma concentração de açúcar maior. O próximo passo do projeto será o
cultivo de outros tipos de frutas a partir da mesma metodologia. José
Geraldo afirmou que o plantio de uvas pode gerar até duas colheitas por
ano.
MaisPB
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