Na Paraíba, nova profissão reconhecida como todas as outras expande oportunidades
A
internet e as redes sociais hoje representam um novo mundo de
oportunidades. O espaço que é muito usado para lazer, também é lugar de
profissionais atuarem e hoje o mercado já é amplo. Os influenciadores
digitais são alguns dos que mais atuam de forma remunerada nas mídias.
Na Paraíba, muita gente já vive disso.
Apesar do termo já ser
conhecido, é comum pessoas não saberem do que se trata. De acordo com o
doutor em psicologia social e especialista em gestão da comunicação e
marketing institucional, Luis Augusto Mendes, o influenciador digital
costuma usar as mídias sociais para produzir conteúdo.
“Influenciador
digital é uma pessoa que está fazendo conteúdo digital, e através das
mídias sociais consegue uma quantidade significativa de seguidores e
esses seguidores valorizam esse conteúdo. Ele exerce influência porque
tem um conteúdo que interessa a uma grande quantidade de pessoas e esse
conteúdo está disponível digitalmente”, explicou ao Portal MaisPB.
O
especialista ainda ressaltou que o termo é novo, mas sempre existiram
influenciadores. “Nossos pais, amigos, professores, todos esses são
influenciadores, porque têm conteúdo que interessa e podem influenciar
outras pessoas”, conta.
É considerada profissão, mas nem todo
mundo começou sabendo do que se tratava. A escritora Martinha Barreto
tinha um blog onde publicava seus textos. Em 2014 reformulou a
plataforma e começou a ter mais visibilidade.
Hoje, só no
Instagram Martinha tem mais de 57 mil seguidores. Lá, a blogueira
publica textos, fala de moda, divide sua rotina e com as parcerias com
lojas e marcas consegue pagar as contas no fim do mês. Tudo com muito
malabarismo, já que escritora também faz curso de Engenharia Civil na
Universidade Federal da Paraíba.
“Meu curso é integral e eu tenho
que conciliar. Tenho ensaios fotográficos para marcas, tenho provas para
fazer e vou me virando para vencer os empecilhos. Divido meu tempo,
estudo de madrugada e assim vai”, conta ela ao Portal MaisPB.
A
escritora, blogueira de moda e futura engenheira também sonha em se
formar em medicina e publicar um livro. Com tantas atribuições, ela
critica preconceito. “As pessoas acham que é um mundo fútil, elas não
conhecem, não sabem o que é. Eu nunca deixei de estudar para estar aqui.
Muita gente acha que só está aqui quem é patricinha, eu não sou. Sou
filha de caixa, não tenho muito dinheiro”, desabafa.
Quem
também reclama do julgamento das pessoas é a blogueira de moda Vanessa
Targino. Formada em Moda, e com mais de 57 mil seguidores, ela vê
intolerância como problema. “Muita gente não respeita o trabalho, acha
que estamos brincando. Muita gente não sabe que essa é uma profissão que
já é reconhecida como todas as outras. Isso é uma coisa muito triste”,
contou.
Atualmente, a rotina é dedicada às fotografias, presença
em eventos, inauguração de lojas. Ela chegou a trabalhar com produção de
modas, mas a demanda nas redes sociais consome o tempo da jovem.
Esse
profissional das mídias sociais costuma dar dicas de roupas, lugares,
cursos, indicar marcas e até dar descontos em determinadas compras. O
psicólogo Luís Augusto Mendes garante que essa relação pode inclusive
levar ao consumo de certos produtos.
“A partir do momento que o
influenciador digital é referência para o seguidor, o que ele diz passa a
ser importante e afeta inclusive o comportamento da pessoa. Eles
influenciam e direcionam o consumo da pessoa”, analisa.
Vanessa
tenta driblar consumismo e passar recado aos seguidores. “Mostro como
ele pode conseguir consumir um produto de maneira barata. Trabalho com
marcas de fácil acesso, eu gosto do consumo consciente”, admite.
Não
é preciso seguir padrões para agradar o público. A influenciadora Hiane
Luiza acredita que seu jeito foge do convencional. “Geralmente as
meninas são bonitinhas, comportadas, e eu sou muito desinibida,
espontânea, louca”.
Sempre descontraída, Hiane cumpre todo o
protocolo das profissionais da área: vai para encontros, anuncia marcas e
interage com seguidores. Ela ainda tem canal no Youtube, onde fala
sobre maquiagem, cabelo e divide mais da vida.
A
paraibana começou no Instagram de forma despretensiosa, já Ágatha
Andrade sempre amou o mundo das fotos. Ao Portal MaisPB, a digital
influencer contou que desde criança gostava de moda e maquiagem,
assuntos que sempre estão em alta nas redes.
Com 120 mil pessoas
que acompanham seu trabalho, ela diz que a melhor parte é o carinho dos
seguidores. “Minha relação com eles é muito boa. As vezes eu estou muito
pra baixo, e alguém conversa comigo, diz que se inspira em mim. Isso é
muito gratificante, me deixa feliz demais”.
Formada em
Fisioterapia, os planos do futuro incluem sua nova profissão. Ágatha
deseja abrir uma loja e lançar sua marca. Até lá, ela segue colhendo os
frutos de seu trabalho, dos quais ela destaca sua independência
financeira.
Dicas para quem quer se tornar influenciador digital
As influenciadores digitais dão dicas para quem tem vontade de seguir profissão.
Martinha ressalta que uma influenciadora precisa ser autêntica. “Tem que ser você mesmo”, aconselha.
Vanessa
acha importante analisar todo o universo antes de seguir profissão. “A
pessoa deve estudar muito, pesquisar, se inspirar em influenciadores que
conhece, entender mais sobre fotografia e edição de vídeo”, conta.
Hiane concorda com as duas e completa: “É preciso produzir conteúdo que tem a ver com você”.
Ágatha
diz que persistência é fundamental. “No início vai ter muita porta na
cara, mas se você ama, consegue conquistar seu espaço”.
Caroline Queiroz – MaisPB
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