Alemanha irá reforçar controle de imigrantes, propõe a chanceler Angela Merkel
Proposta de Merkel parece ser um gesto em direção dos conservadores da Bavária - (Foto: Michael Kappeler/dpa via AP) |
A
chanceler alemã, Angela Merkel, propôs neste sábado (30) a seus
parceiros de coalizão uma série de medidas para reforçar o controle dos
fluxos migratórios no país, na véspera de uma reunião crucial para a
sobrevivência de seu governo.
Enfraquecida
pela revolta dos conservadores do partido CSU, da região da Bavária,
Merkel propõe que os migrantes que chegam à Alemanha e que foram
registrados em outro país da União Europeia (UE), sejam recebidos em
centros de acolhimento especiais e sob condições mais rígidas. A
sugestão consta de um texto de oito páginas transmitido neste sábado aos
membros do CSU e do Partido Social-Democrata (SPD), ambos aliados da
legenda de Merkel, a CDU.
A
proposta parece ser um gesto em direção dos conservadores da Bavária, e
deve particularmente agradar o ministro do Interior, Horst Seehofer,
que lançou um ultimato para que Merkel encontrasse uma solução para os
fluxos migratórios. O ministro ameaça ordenar o bloqueio de migrantes
que já foram registrados em outro país europeu.
O
conjunto dessas medidas será examinado no domingo (1°) pela CDU e a
CSU, duas formações aliadas desde 1949, mas que estão à beira da
separação devido ao debate sobre os migrantes.
14 países da União Europeia se engajam à Alemanha
Merkel
teria apoio de ao menos 14 Estados-membros da UE, entre eles, a França.
Eles se dizem dispostos a assinar acordos com Berlim para se
responsabilizar por refugiados que chegarem à Alemanha e que já forem
registrados em outra nação do bloco.
Compromissos
distintos teriam sido encontrados com a Grécia e a Espanha que, junto
com a Itália, são os países que mais sofrem com a chegada em massa de
migrantes à UE.
No
documento enviado aos conservadores da CSU neste sábado, consultado por
agências de notícias, fazem parte dos países dispostos a apoiar a
Alemanha: França, Bélgica, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Lituânia,
Letônia, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Suécia, além de três países do
leste que foram extremamente críticos à política de acolhimento da
chanceler alemã: Hungria, Polônia e República Tcheca.
No entanto, em Budapeste, um porta-voz do governo húngaro negou que Viktor Orban tenha negociado com a Alemanha.
O
chamado Regulamento de Dublin, que trata das questões dos refugiados na
União Europeia, estabelece que os migrantes que quiserem fazer um
pedido de asilo no bloco devem realizá-lo na nação onde chegaram. Mas a
regra passou a ser desobedecida na Alemanha, quando Merkel resolveu
abrir as portas do país.
Na
madrugada de sexta-feira (29), Merkel e outros dirigentes da UE
adotaram um acordo sobre a divisão do recebimento de refugiados que é
alvo de duras críticas de Ongs de Direitos Humanos. Entre as medidas
polêmicas, o pacto propõe a criação de “plataformas de desembarque” fora
da UE para dissuadir os imigrantes de cruzar o Mediterrâneo.
Imagem de “união e eficácia” da União Europeia
O
presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu neste sábado (30) a
“imagem de união e eficácia” que a Europa mostrou após o acordo
concluído sobre os imigrantes.
Ao
receber os primeiros-ministros tcheco, Andrej Babis, e eslovaco, Peter
Pellegrini, no Palácio do Eliseu, o chefe de Estado da França declarou
que “nesses tempos confusos, temos que encontrar uma imagem de união, de
eficácia, dentro do respeito de nossos valores e de nossas histórias
comuns”.
“Foi
essa imagem que oferecemos ontem, qualquer que fosse a duração da
noite, no Conselho europeu, encontrando soluções europeias,
particularmente sobre a questão migratória”, acrescentou.
G1
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