Encontro do presidente Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un será dia 12 de junho
Foto: Nicholas Kamm/AFP; KCNA via KNS |
O
encontro histórico entre o presidente americano Donald Trump e o líder
norte-coreano Kim Jong-un será no dia 12 de junho em Singapura, anunciou
Trump nesta quinta-feira (10) pelo Twitter. Este será o primeiro
encontro de líderes em exercício dos dois países.
“O
tão aguardado encontro entre mim e Kim Jong-un será realizado em
Singapura no dia 12 de junho. Nós dois vamos tentar fazer um momento
muito especial para a paz mundial”, disse Trump em seu tuíte.
O
chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, esteve na Coreia do
Norte nesta quarta para preparar as bases do encontro sem precedentes
entre Trump e Kim que discutirá o tema nuclear. Pompeo chegou aos EUA na
madrugada desta quinta acompanhado por três americanos que tinham sido
detidos pelo regime de Pyongyang.
Esforços para reatar os laços
Os
EUA, aliados da Coreia do Sul, aceitaram se reunir com a Coreia do
Norte depois de anos de tensões e sanções cada vez mais rigorosas sobre
os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte. Trump, que
repetidamente ameaçou atacar a Coreia do Norte, agora parece privilegiar
a diplomacia.
Em
abril, Jong-un se reuniu com o presidente sul-coreano Moon Jae-in. Os
dois se comprometeram a assinar um acordo de paz para acabar com a
guerra entre os países ainda neste ano. A Guerra da Coreia foi
interrompida por um cessar-fogo em 1953, mas tecnicamente ainda não
terminou porque as partes nunca assinaram um tratado de paz.
Nesta
terça, Kim encontrou-se com o presidente chinês Xi Jinping na China –
pela segunda vez em seis semanas – destacando os esforços dos aliados da
época da Guerra Fria para reatar os laços desgastados.
A
China é o mais importante apoio econômico e diplomático da Coreia do
Norte, apesar de sua rejeição aos testes nucleares e de mísseis
frequentes de Pyongyang e de seu apoio a sanções contundentes da
Organização das Nações Unidas (ONU) contra o regime.
Pequim
faz questão de evitar ser deixado de fora nas manobras diplomáticas que
levaram ao encontro histórico de Kim, no mês passado, com o presidente
sul-coreano, Moon Jae-in, e de seu esperado encontro com Trump.
Por que este encontro é tão importante e chama tanta atenção da comunidade internacional?
Durante
toda a Guerra Fria e mesmo depois dela, nunca um dos presidentes dos
EUA se encontrou pessoalmente com um mandatário norte-coreano, o que dá
um ineditismo histórico à reunião, ainda que ela não traga muitos
resultados efetivos.
Em
2017, a Coreia do Norte testou sua arma nuclear mais poderosa e lançou
três misseis balísticos intercontinentais que seriam, supostamente,
capazes de alcançar o continente americano.
O
anúncio também é surpreendente no sentido de que, desde a chegada de
Trump à presidência, a relação entre os dois países se degradou e a
retórica de ataque mútuo aumentou muito.
De
acordo com o “Washington Post”, o ex-presidente Jimmy Carter se
encontrou com Kim Il Sung, avô de Kim Jong-un, e o ex-presidente Bill
Clinton se encontrou com o pai do atual líder, Kim Jong Il. Ambos os
encontros, no entanto, aconteceram quando os americanos já haviam
deixado o cargo, e viajaram a Pyongyang para buscar americanos que
haviam sido presos pelo regime.
G1
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