Novo dono do tríplex onde viveu Lula diz atuar no mercado imobiliário e ser apolítico
O
empresário, que confirmou ser o comprador do tríplex onde viveu o
ex-presidente Lula, diz atuar no mercado imobiliário em Brasília e em
outras cidades.
Ele criou uma empresa especificamente para comprar
o imóvel, a Guarujá Participação. A companhia foi registrada no dia 29
de março, segundo a Junta Comercial do Distrito Federal, 13 dias após o
início do leilão.
Gontijo diz, no entanto, que atua principalmente
por meio da FCG Comércio, Turismo e Serviços. Ele aparece também como
sócio de pelo menos outra dezena de empresas e admite que atua tanto com
o Poder Público como com a iniciativa privada em seus empreendimentos.
O
pai de Gontijo era primo do magnata da construção civil de Brasília,
José Celso Gontijo, dono da construtora JC Gontijo. O novo dono do
tríplex também diz ter sido executivo da Via Engenharia até 2001, quando
deixou a empresa. Ambas as empresas foram investigadas no escândalo que
ficou conhecido como Mensalão do DF, que envolveu o ex-governador José
Roberto Arruda. Porém, Gontijo diz que é apolítico.
— Não tenho
posição política, só atuo no meu segmento de negócios, não sou vinculado
a nenhum partido político. A pessoa mais indiferente em relação à
política sou eu — afirmou o empresário após deixar uma reunião na
secretaria de Habitação do DF.
O valor da compra será revertido
para a Petrobras como forma de ressarcimento aos prejuízos causados pelo
esquema desvendado na Lava-Jato. É por causa desse imóvel que o
ex-presidente Lula, desde o dia 6 de abril, cumpre pena na
Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. O petista foi condenado
a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro por ter recebido o tríplex como forma de vantagem indevida da
OAS. O ex-presidente nega todas as acusações.
A princípio, Gontijo
afirma não ter nenhum plano específico para o imóvel e que irá esperar
tomar posse da propriedade antes de pensar o que poderá fazer com ela. O
comprador, no entanto, defendeu o valor que irá pagar é justo. Segundo
ele, a avaliação foi feita pela Justiça Federal e não houve
questionamentos. O imóvel tem 297,8 metros quadrados. Além da metragem, a
Justiça Federal considerou as melhorias feitas no apartamento, como a
instalação de um elevador privativo entre os três andares.
Questionado
se a importância histórica do imóvel também pesou na hora da compra,
Gontijo admitiu que o valor poderá subir em razão do simbolismo do
tríplex.
— Talvez ele possa agregar um valor pelo caráter
histórico, mas não tenho certeza. É um imóvel que pode ser interessante
como investimento, como já fiz diversos. A princípio não tem um plano
específico, só o investimento imobiliário.
O empresário deu seu
lance a cinco minutos do fim do leilão. Caso não houvesse comprador,
outro leilão seria realizado e o preço seria de R$ 1,76 milhão. Gontijo,
no entanto, não quis arriscar. O novo proprietário afirmou que, pela
sua experiência em leilões, há casos em que a chamada “segunda praça”
vende o imóvel por um preço maior do que na primeira tentativa por
atrair mais interessados. O comprador, no entanto, diz não ter interesse
em revender o imóvel. Por enquanto, irá aproveitar a chance de ser o
dono da propriedade mais conhecida do Brasil.
— O Brasil inteiro
conhece esse imóvel, então houve uma divulgação maciça desse imóvel,
todos os brasileiros que estão ligados nas redes sociais e nos meios de
comunicação têm conhecimento dele.
O Globo
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