segunda-feira, 21 de maio de 2018

Nascimento de uma criança em Fernando de Noronha

Nasce neste sábado o primeiro bebê em Fernando de Noronha após 12 anos sem parto na ilha

Arquipélago não autoriza nascimentos por não haver condições necessárias para assistência a partos. Mulher de 22 anos ignorava gravidez.

A mãe - uma dona de casa de 22 anos que preferiu não se identificar - disse não saber que estava grávida até dar à luz em casa - (Foto: Reprodução)

Um bebê nasceu em Fernando de Noronha neste sábado (19/05), após 12 anos sem partos na ilha. O nascimento de crianças não é autorizado no arquipélago, localizado no Oceano Atlântico.
A mãe - uma dona de casa de 22 anos que preferiu não se identificar - disse não saber que estava grávida até dar à luz em casa. "Eu fiz exame [de gravidez] e deu negativo. Eu não senti nada durante toda a gestação", afirmou ela ao portal de notícias G1.
Sobre o trabalho de parto, a mãe relatou ter sentido uma cólica e, quando foi ao banheiro, sentiu "um negócio descendo por entre as pernas". "Foi na hora que o pai da criança chegou e pegou. Era um bebê, uma menina. Eu fiquei paralisada, não sabia que estava grávida."
O pai do bebê, também surpreso, contou que chegou a ligar para o Samu, serviço de atendimento de urgência, mas não deu tempo de a ambulância chegar. "Eu fiz o parto, acho que foi Deus", afirmou o homem, que trabalha como frentista.
Segundo o G1, após o nascimento, a criança foi levada pelo pai a pé ao hospital, e a mãe seguiu momentos depois em uma ambulância. Esta é a segunda filha da dona de casa - a primeira nasceu no continente.
Em comunicado, a administração de Fernando de Noronha, ligada ao estado de Pernambuco, confirmou o nascimento e disse não haver registro de qualquer acompanhamento pré-natal ou atendimento semelhante à dona de casa nas unidades de saúde do arquipélago.
O texto também informou que a "unidade hospitalar de Fernando de Noronha realizou atendimento a uma criança recém-nascida, trazida pelo pai, e sua genitora", e ressaltou a importância de se fazer o pré-natal.
O caso foi noticiado inclusive na imprensa internacional. A britânica BBC lembrou que a ilha é famosa por suas praias e sua vida selvagem e explicou que, devido à vulnerabilidade da reserva, controles populacionais rigorosos vigoram no local.
A Secretaria de Saúde do arquipélago não autoriza o nascimento de crianças por considerar que seu hospital não tem as condições necessárias para prestar assistência a partos.
Mulheres residentes que engravidam precisam se dirigir ao continente para dar à luz. A cidade grande mais próxima é Natal, a cerca de 365 quilômetros através do Oceano Atlântico.
Segundo dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um pouco mais de 3 mil pessoas compõem a população de Noronha, Patrimônio da Humanidade da Unesco.

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