Barroso dá mais 60 dias para Polícia Federal investigar Temer por decreto dos portos
O
ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
decidiu prorrogar por mais 60 dias o inquérito que investiga se o
presidente Michel Temer favoreceu empresas portuárias em troca de
propina. Na mesma decisão, o ministro negou o pedido da defesa de Temer
para arquivar a investigação.
O inquérito foi aberto no ano passado a partir de depoimentos em
delação premiada de executivos do grupo J&F e apura se um decreto
editado por Temer tinha por objetivo beneficiar empresas que atuam no
porto de Santos (SP), o maior do país. O presidente nega que o decreto
tivesse essa finalidade.
A Polícia Federal fez o pedido de prorrogação no último dia 26. Foi o
segundo pedido da PF para prolongar o prazo da investigação. Em 27 de
fevereiro, o ministro Barroso já havia concedido uma prorrogação.
O pedido da Polícia Federal foi motivado pela necessidade de análise
da quebra de sigilo bancário do presidente, autorizada em março por
Barroso e para que seja feita uma análise do material colhido
na Operação Skala , que prendeu amigos de Temer e empresários do setor
do portos. Em parecer, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
concordou com o pedido da PF.
Sobre o pedido da defesa de Michel Temer de arquivamento do
inquérito, o ministro disse que é preciso aguardar a coleta de provas em
andamento.
“Já quanto aos pedidos de arquivamento do Inquérito, formulados pela
Defesa do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, razão assiste
ao Ministério Público Federal ao salientar ser necessário aguardar-se a
conclusão das diligências em curso para que se possa formar opinião
sobre a existência material dos delitos investigados”, escreveu o
ministro na decisão.
No mesmo inquérito, a Polícia Federal colheu o depoimento da filha de
Michel Temer, Maristela temer. A suspeita é que a casa dela tenha sido
reformada com dinheiro ilícito. A investigação já descobriu que alguns
fornecedores foram pagos em dinheiro vivo. O presidente e a filha negam
irregularidades no caso.
Fonte: G1
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