Presidente Michel Temer discute reajuste maior para o programa Bolsa Família
Presidente pressiona equipe econômica por incremento mínimo de 5%
| O receio do Palácio do Planalto é que uma simples correção inflacionária possa ser usada por candidatos adversários como argumento de que o MDB fez pouco pela área social - (Foto: Reprodução) |
Na tentativa de construir uma marca social neste ano
de eleições, o presidente Michel Temer pretende dar um aumento ao Bolsa
Família maior que o defendido pela equipe econômica.
Com a alegação de que não há espaço orçamentário para um reajuste
robusto, a Fazenda e o Planejamento têm defendido conceder um aumento
de 3%, pouco superior à inflação oficial do ano passado, que fechou em
2,95%.
O percentual, no entanto, é considerado insuficiente pela equipe
política de Temer, que tem pressionado por um reajuste de no mínimo 5%,
que permita ao governo federal colher dividendos eleitorais com o
anúncio.
Em conversas reservadas, o presidente tem admitido que pretende
conceder um reajuste superior a 3%, mas pondera que só tomará a decisão
após reunião na quinta-feira (26) com a equipe econômica.
O receio do Palácio do Planalto é que uma simples correção
inflacionária possa ser usada por candidatos adversários como argumento
de que o MDB fez pouco pela área social.
No ano passado, com o mesmo discurso sobre a falta de recursos, o
Bolsa Família não teve reajuste. A ideia inicial era conceder um aumento
de 4,6%, como uma maneira de tentar diminuir rejeição do governo, mas
foi freado pela equipe econômica.
Para este ano, o presidente chegou a discutir incluir no percentual
de reajuste um adicional por conta da valorização do botijão de gás, que
em dezembro teve alta de 16,39% em relação ao mesmo mês do ano
anterior. O plano, contudo, foi abandonado.
Com uma reprovação de 70%, como mostrou o Datafolha, o presidente tem
articulado uma candidatura à reeleição para ficar em evidência e evitar
que seu mandato perca apoios político e econômico antes do final do
ano.
O anúncio do reajuste do Bolsa Família faz parte do pacote eleitoral
montado pelo Palácio do Planalto para tentar viabilizar pelo menos o
presidente como um fiador do processo eleitoral.
DISPUTA
A ideia é que o aumento seja comunicado em cerimônia no Palácio do
Planalto ou em pronunciamento oficial no 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
A previsão inicial era que o reajuste fosse concedido em março, mas
ele foi atrasado devido à queda de braço entre as equipes econômica e
política do governo.
O Planejamento chegou a defender no início do ano que não fosse dado
nenhum aumento em 2018. O Desenvolvimento Social, contudo, discordou e
defendeu um valor entre 5% e 10%.
Além do aumento, o Palácio do Planalto discute dar um bônus mensal a
famílias que tenham filhos matriculados em cursos técnicos ou
profissionalizantes e um complemento para beneficiários que realizarem
trabalho voluntário.
O Desenvolvimento Social chegou a propor ainda ao presidente que
implemente uma política de valorização do programa social em longo
prazo.
A ideia é que o Bolsa Família tenha reajuste obrigatório quando
houver aumento anual da inflação de alimentos no país.
Notícias ao Minuto com informações
da Folhapress
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