Empresário Joesley Batista diz à Polícia Federal que entregou R$ 500 mil a Ciro Nogueira
O
empresário Joesley Batista, do grupo J&F, prestou no último dia 6
novo depoimento à Polícia Federal, em Brasília, sobre a suposta entrega
de uma mala com R$ 500 mil ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente
nacional do Progressistas.
O depoimento, traz detalhes sobre o
local e a forma do suposto repasse de dinheiro ao senador, aprofundando o
relato feito pelo empresário em depoimento da delação, no ano passado.
O
advogado de Ciro Nogueira disse, por nota, que ele nunca recebeu
dinheiro de Joesley Batista e que a gravação da conversa vai comprovar
isso. Disse, ainda, que Ciro Nogueira mantinha com Joesley uma relação
“republicana” de um senador com um grande empresário.
Em
depoimento, Joesley contou que, em 17 de março do ano passado, houve uma
reunião entre ele, o ex-diretor do grupo J&F Ricardo Saud e o
senador Ciro Nogueira por volta das 19h.
O encontro teria sido
gravado “para registrar os diálogos e tratativas de entrega de R$ 500
mil para Ciro Nogueira, o que de fato ocorreu”.
Segundo Joesley, a mala foi entregue por Saud para o senador Ciro Nogueira na garagem da casa do empresário, em São Paulo.
Em
depoimento anterior, Joesley já havia relatado a entrega dessa quantia
em uma mala para Ciro Nogueira, como pagamento de propina – sem dar os
detalhes que acrescentou no novo depoimento.
Segundo o relato do
empresário, ele repetiu o método usado com o ex-deputado Rodrigo Rocha
Loures, ex-assessor do presidente Michel Temer, e que se tornou a cena
mais conhecida da delação: uma mala de R$ 500 mil , também entregue por
Ricardo Saud em São Paulo.
Na delação, no ano passado, Joesley
relatou sua proximidade com Ciro Nogueira. Contou que o senador era um
de seu principais interlocutores políticos para tratar de interesses da
J&F nos últimos três anos.
Nesta terça-feira, o senador Ciro
Nogueira, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-deputado pelo
Progressistas, atualmente no PROS, Marcio Junqueira foram alvos de uma
nova investigação da Lava Jato sobre a suspeita da compra de silêncio de
uma testemunha, o ex-assessor do senador José Expedito Rodrigues
Almeida.
Em relação ao novo depoimento sobre Ciro, o empresário
Joesley Batista foi ouvido no inquérito que apura se o ex-procurador
Marcelo Miller auxiliou os delatores da J&F enquanto ainda estava na
Procuradoria Geral da República e se os delatores omitiram informações
da delação.
Por causa dessas suspeitas, o acordo de delação está
em revisão e os colaboradores podem perder os benefícios – mas a decisão
definitiva ainda não foi tomada, cabe ao ministro Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal.
G1
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