Governo do Estado recorrerá para não pagar duodécimo ao Tribunal de Justiça da Paraíba
O
Governo do Estado informou, por meio de nota oficial, que vai recorrer
da decisão do ministro Ricardo Lewandowisk, do Supremo Tribunal
Federal, que determinou o repasse integral do duodécimo ao Tribunal de
Justiça da Paraíba. No comunicado, o governo afirma que o cumprimento da
liminar põe em risco as finanças do Estado.
Ontem, o ministro
informou que a partir de agora a gestão estadual terá que repassar o
valor integral para o poder judiciário. A medida vale já a partir de
abril.
Confira a nota
O Governo do
Estado da Paraíba tem, em razão de sua indissociável responsabilidade
institucional, a obrigação premente de recorrer da decisão monocrática,
em caráter liminar, de autoria do ministro Ricardo Lewandowisk, do
Supremo Tribunal Federal – STF, que trata de repasse do duodécimo para o
Tribunal de Justiça do Estado.
A medida determinada põe
em risco concreto e imediato as finanças e, consequentemente, o
equilíbrio fiscal obtido com muito esforço ao longo destes sete anos em
função de uma política séria e austera de gastos do dinheiro público,
cujo destino priorizou a garantia de obras e ações que ajudaram a
melhorar os índices sociais e econômicos da Paraíba.
A
punição que se impõe ao Poder Executivo ameaça a manutenção de
conquistas importantes de estabilidade, asseguradas ao longo desta
gestão.
Na prática, ameaça a garantia de recursos para a
execução de serviços públicos essenciais, como o funcionamento de
hospitais, de delegacias e de escolas, compromete o pagamento
rigorosamente em dia de todo o funcionalismo público estadual, com seus
respectivos reajustes escalonados, bem como a manutenção das metas
fiscais impostas pelo Governo federal para fins de concessão de
empréstimos e financiamentos para investimentos de obras no Estado.
Impõe ainda a inviabilidade de respeitar a Lei 11.034/2017, aprovada
pela Assembleia Legislativa da Paraíba, que impôs teto do gasto público
em decorrência de imposição do Governo federal.
É,
portanto, um desmerecido e injustificável abalo na atual estrutura
orçamentária e financeira do Estado, cujas consequências recairão
diretamente nas costas dos que mais precisam.
É
importante registrar ainda que o Poder Executivo Estadual manteve
redução permanente de seus gastos com custeio da máquina pública,
principalmente nos períodos mais agudos da crise, e em consequência
disso conseguiu garantir o incremento anual do repasse do duodécimo a
todos os poderes constituintes, sem desrespeito às leis orçamentárias em
vigor, pois o valor repassado, a cada ano, sempre superou o do ano
anterior, ao contrário de outros estados da Federação que reduziram o
valor, a exemplo de RN e RJ, entre outros. O repasse dos duodécimos para
todos os Poderes consome atualmente cerca de 1,6 bilhão de reais ano
dos recursos disponíveis do Estado, sendo o Tribunal de Justiça, autor
da reclamação no Supremo Tribunal Federal, o ente que recebe o maior
valor, quase 600 milhões de reais. Mesmo tendo, além do duodécimo,
recursos próprios, oriundos de custas e ações judiciais que somam, por
ano, cerca de 85 milhões de reais a mais nos cofres do Poder Judiciário
paraibano.
Por tudo isso, reafirmando a disposição de
lutar pela preservação das conquistas econômicas, fiscais e sociais da
Paraíba, o Governo do Estado lamenta que o Tribunal de Justiça da
Paraíba, indiferente às circunstâncias da realidade atual e com sérias
resistências a implementação de medidas de contenção dos seus gastos,
conduza, fechado exclusivamente em torno de si e de seus privilégios,
entre os quais auxílios de toda a natureza – alguns deles moral e
constitucionalmente questionáveis – uma cruzada judicial sem medir as
consequências reais de suas causas exclusivas. E excludentes.
MaisPB

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