Delegado da Polícia Federal diz que 'é hora' de prender Temer, Alckmin e Aécio
Do G1
A
Polícia Federal apura a conduta de um de seus delegados que escreveu um
post em sua página Facebook de que "é hora de serem investigados,
processados e presos os outros líderes de viés ideológico diverso, que
se beneficiam dos mesmos esquema ilícitos que sempre existiram no Brasil
(Temer, Alckmin, Aécio, etc)".
A
postagem ocorreu na noite de sábado (7), quando o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva estava sendo conduzido em um avião de São Paulo
para Curitiba, onde permanece preso cumprindo pena por lavagem de
dinheiro e corrupção.
Segundo
a PF, "medidas administrativo-disciplinares" serão tomadas em relação
ao caso. A PF não especificou quais punições o delegado está sujeito.
Milton
Fornazari Jr. coordenou, entre 2015 e 2016, a delegacia de Combate à
Corrupção e Crimes Financeiros da superintendência da PF em São Paulo e,
após a polêmica, fez novo post no Facebook, no domingo (8), afirmando
que o comentário foi externado como "opinião exclusivamente pessoal como
cidadão em relação à minha indignação com a corrupção na política
brasileira em geral".
Fornazari
participou de investigações iniciais de corrupção e lavagem de dinheiro
envolvendo doleiros que deram força à criação da força-tarefa da Lava
Jato, que investigou escândalos de corrupção e desvio de recursos
públicos na Petrobras. Ele atua também na área de cooperação jurídica
internacional.
No post no sábado, o delegado dizia: "Lula
preso. Objetivamente, ele recebeu bens, valores, favores e doações p
seu partido indevidamente, por empresas q se beneficiaram da corrupção
em seu governo. Por isso merece a prisão. Agora é a hora de serem
investigados, processados e presos os outros líderes de viés ideológico
diverso, que se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que sempre
existiram no Brasil (Temer, Alckmin, Aécio, etc). Se isso acontecer,
teremos realmente evoluído muito como civilização, se não acontecer e só
Lula ficar preso infelizmente tudo isso poderá entrar para a história
como perseguição política".
A PF diz que o delegado não fala pela institução e que "jamais se manifesta por meio de perfis pessoais de seus servidores".
Após
a repercussão do caso, o delegado fez um novo post na rede social
Facebook, fechado para amigos, e enviada por ele ao G1 com sua
manifestação.
O segundo post do delegado diz: "Amigos,
ontem externei minha opinião exclusivamente pessoal como cidadã em
relação à minha indignação com a corrupção na política brasileira em
geral. Citei o caso transitado em julgado em segunda instância do
ex-presidente Lula e os de outros políticos notoriamente investigados em
Brasília, nas instâncias superiores, como os motivos da minha
indignação pessoal. Vamos todos manter a serenidade e sigamos em frente.
Abraços".
O
G1 pediu a posição do PSDB nacional e estadual, a respeito das citações
ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e a Aécio Neves, e também
à Presidência da República, pela citação ao nome do presidente Michel
Temer. Até a publicação desta reportagem, nenhum deles havia se
manifestado.
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