‘Não há possibilidade de ditadura voltar’, diz ministro da Segurança Pública
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| Jungmann com o general Braga Netto, interventor federal na segurança do Rio, em evento nesta quarta-feira - Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo |
O ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann, descartou, na tarde desta quarta-feira, a chance de um novo
golpe militar no país. Segundo ele, as declarações do general Eduardo
Villas Bôas, comandante do Exército, postadas na última terça-feira em
uma rede social, “representam a defesa da institucionalidade e da
Constituição”. Antes de assumir o atual cargo, Jungmann comandou o
Ministério da Defesa – ao qual estão subordinadas as Forças Armadas –
entre maio de 2016 e fevereiro deste ano.
As declarações foram
dadas no Rio de Janeiro, durante evento com a participação do general
Walter Souza Braga Netto, interventor federal na segurança pública do
Rio. Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de militares
tomarem o poder e instituirem uma nova ditadura caso o Supremo Tribunal
Federal (STF) conceda, na tarde desta quarta-feira, habeas corpus ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jungmann tratou de descartar
essa possibilidade.
De zero a dez, a chance (de a ditadura voltar)
é menos um. Não há a menor possibilidade. As Forças Armadas são um
ativo democrático no Brasil hoje. O comportamento das Forças Armadas tem
sido impecável em termos de institucionalidade e constitucionalização.
Digo isso na qualidade de quem foi ministro da Defesa por praticamente
dois anos e conviveu com todos os militares – afirmou o ministro.
Jungmann
saiu em defesa de Villas Bôas, centro de uma polêmica após afirmar, na
noite desta terça-feira, “que o Exército Brasileiro julga compartilhar o
anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de
respeito à Constituição”. Para o ministro da Segurança Pública, a
declaração foi em defesa das instituições democráticas.
– As
palavras do general Villas Bôas representam a defesa da
institucionalidade da Constituição e a noção de que a regra do jogo tem
que ser aceita e cumprida. Quando ele lembrou que o Exército brasileiro
está atento ao seu papel institucional, o papel institucional das Forças
Armadas está definido na constituição. O ponto de vista dele é de
serenidade. De que este momento que o país vive a gente há de passar, de
acordo com a constituição e a legalidade – avaliou.
‘COMANDANTE TEM O RESPALDO PARA FALAR’
Jungmann
ainda defendeu a prerrogativa de Eduardo Villas Bôas dar declarações
públicas sobre questões políticas em nome do Exército. O ministro crê
que “é correto e é bom ele falar” em nome da serenidade.
– Acho
que o comandante tem o respaldo para falar em termos da força. E, se ele
fala em nome da serenidade e do respeito às regras, eu acho que é
correto e é bom ele falar. Para que esse clima de polarização e
radicalização que, evidentemente, preocupa todos nós, possa ser
resolvido institucionalmente. Fora da Constituição e do jogo democrático
não há caminho no Brasil. Nenhuma força política, à exceção daquelas
que são absolutamente minoritárias, propõe o retorno ao passado. Ninguém
quer isso e isso não tem o menor curso no Brasil, eu posso garantir –
concluiu.
Extra

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