Prefeito é processado pelo Ministério Público Federal por dançar com a cantora Solange Almeida
O
prefeito da cidade de Capela do Alto Alegre, nordeste da Bahia,
Claudinei Xavier Novato, responde a uma ação de improbidade
administrativa movida pelo Ministério Público Federal (MPF), após ter
subido no palco da festa junina da cidade e dançado com a cantora
Solange Almeida. De acordo com o MPF, ele tentou se autopromover com o
evento, que teve R$ 100 mil repassados pelo Ministério do Turismo.
A
festa junina foi realizada de forma antecipada, em maio do ano passado.
A ação do MPF é de 27 de março deste ano, mas só foi divulgada pelo MPF
nesta semana. A iniciativa custou R$ 101 mil. Destes, R$ 100 mil foram
repassados ao município pelo Ministério do Turismo.
O MPF pede a
condenação do prefeito, conforme a Lei da Improbidade Administrativa,
com perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a
cinco anos, pagamento de multa de até 100 vezes o valor da remuneração e
proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.
A
ação é de autoria do procurador da República Elton Luiz Freitas
Moreira. Segundo o MPF, Antes do início dos festejos, o prefeito chegou a
ser orientado pela equipe técnica do Ministério do Turismo, para que
não fossem anunciados ou exibidos nomes, símbolos ou imagens de
autoridades ou de servidores públicos durante o evento, que pudessem
caracterizar promoção pessoal.
“Contrariando todas as
expectativas, o demandado (prefeito) fez tabula rasa de tudo o quanto
ajustado, fazendo diversas veiculações do seu nome e outros servidores
públicos, por meio de locutor, assim como subiu ao palco utilizando-se
do microfone, inclusive dançou com uma das artistas contratadas, por
certo a de maior expressão do evento, estando tudo documentado em
vídeo”, diz o procurador Elton Luiz Freitas Moreira na ação.
O MPF
sustenta que o nome do gestor e sua figura enquanto prefeito foi
enaltecida, desconsiderando a proibição estabelecida no convênio com o
Ministério do Turismo.
Em nota enviada à imprensa, a prefeitura negou que o prefeito Claudinei Xavier Novato tivesse tentado se autopromover.
Disse
que os recursos do Ministério foram específicos para o custeio das
apresentações do cantor Adelmário Coelho, sendo que o suposto fato
caracterizador da impessoalidade teria ocorrido na apresentação da
cantora Solange Almeida, cujo cachê foi pago integralmente com recursos
do Município.
Conforme o executivo municipal, “A mera citação do
nome do gestor no palco, ou mesmo sua presença neste, não qualifica a
conduta como violadora da impessoalidade, não a transmuda para a forma
de promoção pessoal, tanto que, se assim fosse, o nosso presidente da
república e o nosso governador já estaria, cassados já muito, por ato de
improbidade”.
A prefeitura ainda diz, na nota que, “Ademais, o
fato não pode ser imputável ao Gestor, uma vez que o agradecimento
dirigido foi conduta espontânea do cantor, fato que foge ao controle do
administrador público.
A prefeitura ainda destaca que “não se
constituem como promoção pessoal apta a ensejar a violação à
impessoalidade, mas sim, exclusivamente, promoção das ações de governo,
cujo titular é o Prefeito Municipal, perfeitamente cabível e admitido no
nosso ordenamento, conforme diversos posicionamentos judiciais”
Em
nota, a assessoria da cantora Solange disse que, em todos os shows, a
artista “chama um fã, um empresário, um político presente para uma
dancinha”. E que é um processo normal em todas as apresentações da
cantora.
G1

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