Profissionais do sexo repudiam Oscar Maroni, um dos maiores empresários de prostituição do país
O empresário distribuiu cerveja grátis pela prisão de Lula e expôs
mulher nua em frente ao Bahamas. No fundo, fotos de Sérgio Moro e Cármem
Lúcia
Divulgação
Maroni incentivou o assassinato do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva dentro da prisão |
Movimentos de profissionais do sexo
lançaram notas de repúdio a Oscar Maroni, um dos maiores empresários de
prostituição do País e dono da boate Bahamas Club. Na noite da
sexta-feira 6, Maroni ofereceu cerveja gratuita para cerca de três mil
pessoas em comemoração ao decreto de prisão de Lula.
Vestido de presidiário, o empresário expôs uma mulher nua em
frente ao Bahamas e, ao fundo, numa espécie de altar, aparecem fotos do
juiz Sergio Moro e da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF),
Cármem Lúcia. A foto do cenário montado por Maroni viralizou nas redes
sociais e foi alvo de críticas. Um vídeo também mostra Maroni apalpando
os seios de uma mulher diante de uma multidão masculina.
Em vídeo que circula pela internet Maroni diz: “Se o Lula for preso, a
cerveja é de graça até a meia noite. Agora, se matarem ele na prisão, a
cerveja vai ser de graça durante o mês inteiro”. “E se for sofrida a
morte?”, pergunta um homem. “Aí eu dou o rabo”, responde.
O Movimento Brasileiro de Prostitutas emitiu nota em repúdio à
“humilhação de mulheres por empresários sem escrúpulos”. “Nós,
prostitutas organizadas do Brasil, repudiamos a associação de nossas
imagens e a de nossos locais de trabalho com corruptos e todos os demais
personagens que perpetram o golpe atuando na política, no Judiciário, no Executivo e na ‘grande’ imprensa”.
Na nota, apontam “como o retrato mais bem acabado do golpe brasileiro
a atitude grotesca do empresário paulistano Oscar Maroni, golpeando e
humilhando uma prostituta, sob aplausos dos que comemoravam a prisão de
Lula e à luz das fotografias de duas peças-chave do desastre brasileiro:
Sérgio Moro
e Carmen Lúcia. O recado dado por esse empresário não poderia ser mais
explícito: exploração sem receios garantida pelo judiciário corrompido”
A Associação Mulheres Guerreiras de Campinas também lançou uma carta
de repúdio à agressão sofrida pela mulher e profissional do sexo
cometida por Maroni, na qual reforçam a luta pela garantia de seus
corpos e declaram apoio a Lula.
Nas imagens e vídeos, diz o texto “a profissional tem a sua boca
tapada e é segurada com gestos grosseiros e agressivos pelo empresário,
numa clara atitude machista,
oferecendo a mulher como presa aos “homens de bem”, defensores da moral
e dos bons costumes que comemoravam a prisão do ex-presidente Lula em
frente ao seu estabelecimento”.
Na nota, afirmam: “Nós, profissionais do sexo,
somos trabalhadoras e trabalhadores sérios, exigimos respeito no
exercício do nosso trabalho e não aceitamos ser tratadas e tratados como
objetos. Lutamos diariamente pela garantia de nossos direitos e por
dignidade. Nós temos lado nessa luta e o nosso lado é contrário a esse
machismo que violenta, machuca e mata corpos e mentes diariamente".
Em outro trecho, as profissionais dizem: "Diante da atitude covarde e
insana desse empresário golpista, repudiamos veementes seus atos
machistas, misóginos e criminosos. Lamentamos profundamente que a Lei
que “que deve ser para todos”, infelizmente, ainda não alcançou isso. Em
tempo, nos solidarizamos com a mulher trabalhadora
e profissional do sexo pela violência sofrida e reafirmamos que a nossa
luta não vai parar, pois existe um Lula em cada uma e em cada um de nós
e as suas ideias e seus sonhos seguirão conosco eternamente".
Maroni também afirmou que será candidato a deputado federal
pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS) nas eleições de 2018: "Aos
67 anos eu quero mudar o Brasil. Vou me candidatar a deputado porque
quero ir pra Brasília para mudar o Brasil. Sou um empresário bem
sucedido e não preciso disso, mas agora eu tenho esperança de que
podemos fazer mudança. O símbolo da minha candidatura será uma granada
sem pino e os exemplos que eu seguirei serão o do juiz Sérgio Moro e da
ministra Cármen Lúcia", disse em entrevista ao portal de notícias IG.
Carta
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