Paraíba, Sergipe e Mato Grosso não têm representantes femininas na Câmara dos Deputados
Foto: Alessandra Modzelaski/G1 |
Os Estados da Paraíba, Sergipe e Mato Grosso não têm nenhuma mulher eleita como deputada federal, segundo o estudo Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta quarta-feira (7).
A
pesquisa foi realizada pelo instituto para aprofundar as reflexões
sobre o Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta-feira (8).
Segundo
a Pnad 2015 (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios), o Brasil tem
204.860 milhões de habitantes. Destes, 51,47% são mulheres (105.452) e
48,52% são homens (99.408).
Os Estados da Paraíba (52,41%) e
Sergipe (51,75%) têm maioria de mulheres na população, mas não são
representados. No Mato Grosso, 49,57% da população é de mulheres e
50,43% de homens. O Brasil possui 27 Estados, sendo que os três que não
têm mulheres na Câmara representam 11% do total.
São destinados
oito lugares para parlamentares de Sergipe e a mesma quantidade para o
Mato Grosso. A Paraíba conta com 12 cadeiras.
O levantamento do
IBGE mostra que apenas 11,3% das cadeiras do Congresso Nacional (Câmara
dos Deputados e Senado Federal) são ocupadas por mulheres. As
parlamentares representam 16% dos postos no Senado e 10,5% na Câmara dos
Deputados.
A maior parte dos ministros nomeados pelo governo
federal também são homens. Dos 28 cargos, dois (7,1%) eram ocupados por
mulheres até dezembro de 2017. No entanto, hoje o número é ainda menor,
já que a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, pediu a
exoneração do cargo em fevereiro deste ano.
Grace Mendonça comanda a pasta da Advocacia-Geral da União e atualmente é a única ministra do governo federal.
Desde
2009, os partidos políticos brasileiros são obrigados a lançar
candidaturas que tenham no mínimo 30% e no máximo 70% dos candidatos do
mesmo sexo. Isto vale para as eleições proporcionais, como é o caso das
eleições para deputados federais e estudais e vereadores. No entanto, os
números das mulheres na política continuam baixos.
Dados globais
Em
comparação com outros países, a representatividade feminina na Câmara
dos Deputados ainda é muito baixa. O Brasil ocupa a 152ª posição de 190
no ranking internacional Inter-Parliamentary Union. O ranking analisa a
proporção de parlamentares mulheres em exercício em Câmara dos Deputados
ou parlamento unicameral.
O Brasil registrou 10,5%, enquanto a
média global é de 23,6% de mulheres em cargos políticos. Os países que
apresentam melhores resultados no ranking são Ruanda (61,3%), Bolívia
(53,1%) e Cuba (48,9%). O Brasil fica atrás da Argentina (38,1%), Nepal
(29,6%) e Afeganistão (27,7%).
Metodologia da pesquisa
A
pesquisa do IBGE traz informações sobre as condições de vida das
brasileiras. O Instituto compilou informações de diversas pesquisas como
a Pnad, Pnad-Contínua e Pesquisa Nacional de Saúde, juntamente com
dados de fontes externas como Ministério da Saúde, Congresso Nacional e
Inep/MEC.
Os indicadores estão agrupados em cinco temas:
estruturas econômicas e acesso a recursos; educação; saúde e serviços
relacionados; vida pública e tomada de decisões; e direitos humanos de
mulheres e crianças. Dependendo do indicador, o período retratado vai de
2011 a 2016.
R7
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