Presidente Michel Temer nega fim do programa Bolsa Família e anuncia aumento
O
presidente Michel Temer afirmou hoje (14) que não pretende acabar com o
Bolsa Família e que o programa deve receber aumento em breve. Temer fez
a declaração durante sua participação na abertura do Fórum Econômico
Mundial para a América Latina, que ocorre em São Paulo até amanhã (15).
“Eu
não estou pregando isso [a eliminação do Bolsa Família], estou pregando
a manutenção, que aliás, ganhou um aumento no início do meu governo e
deverá muito proximamente ganhar um novo aumento. Então, estamos
pregando que haja uma evolução no tópico da responsabilidade social”,
esclareceu Temer.
Em seu discurso de apresentação, Temer admitiu
que a pobreza extrema é um dos desafios do país e explicou que o
objetivo de seu governo é evitar que programas assistencialistas ainda
estejam na pauta do país nos próximos anos. Pra isso, ele defende uma
“evolução” do programa até sua possível eliminação a longo prazo.
“Nós
precisamos progredir e, por isso, lançamos muito recentemente um
programa chamado Progredir, que é para dar emprego aos filhos daqueles
desfrutantes do Bolsa Família. Porque, ao longo do tempo esse pessoal
vai se incluindo na sociedade e ao longo do tempo, digo eu, quem sabe,
possamos eliminar essa questão do Bolsa Família”, disse Temer.
O
presidente enfatizou que o programa faz parte de um dos eixos
prioritários de sua gestão, a responsabilidade social, e que o valor
concedido às famílias beneficiários sofrerá reajuste, sem dar detalhes
sobre o aumento.
Em sua fala, o
presidente também resumiu as principais iniciativas de seu governo na
área de responsabilidade fiscal, como a reforma trabalhista, a limitação
dos gastos públicos, entre outras medidas que contribuíram para o fim
da recessão econômica. Temer também destacou o diálogo como uma das
expressões que pautam o governo atual.
Estados Unidos
Depois
de discursar, Temer respondeu a algumas perguntas do presidente do
Fórum, o professor Klaus Schwab. Questionado sobre como o Brasil
pretende lidar com tendências protecionistas no mundo, Temer respondeu
que essa questão preocupa muito o país e que pode recorrer contra os
Estados Unidos pela decisão de aumentar os impostos de importação do aço
e do alumínio.
A taxação afeta diretamente as exportações
brasileiras que tem os Estados Unidos como um dos principais parceiros
comerciais. Temer comentou que é necessário cuidado para tratar das
relações com os país norte americano e que deve telefonar para o
presidente Donald Trump para tratar do assunto.
“Nesta questão do
aço realmente há uma grande preocupação, porque, pelos tratados
internacionais, a taxação do aço poderia variar de 0 a 4,5% e houve uma
taxação de 25% no caso do aço e 10% no caso do alumínio. É claro que
temos que tratar com muito cuidado essa matéria”, disse Temer.
Ao
lado do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, o presidente
não descartou a possibilidade de entrar com uma representação contra os
Estados Unidos junto à Organização Mundial do Comércio (OMS). Contudo, o
presidente disse que, antes dessa medida, o Brasil vai incentivar o
contato de empresas brasileiras que fornecem aço para as empresas
norte-americanas para trabalharem “em conjunto ao congresso americano
para tentar mudar essa fórmula”.
“Se não houver uma solução,
digamos assim, amigável muito rápida, vamos formular uma representação à
Organização Mundial do Comércio, mas não unilateralmente, não apenas o
Brasil, mas com todos os países que tiveram prejuízo em função dessa
medida tomada. Naturalmente, essa conjugação coletiva dos países dará
mais força a essa representação”, afirmou.
Temer também foi
questionado sobre a reforma da Previdência. O presidente reafirmou que
pode tentar retomar a tramitação da emenda constitucional que altera as
regras de acesso à aposentadoria no Congresso Nacional ainda no segundo
semestre deste ano, talvez em setembro ou outubro, quando pretende
acabar com a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.
Agência Brasil
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