Tumulto entre Guarda Civil Metropolitana de São Paulo e professores deixa feridos na Câmara Municipal
Professora fica ferida durante tumulto na Câmara e é socorrida por bombeiro - (Foto: Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo) |
Um
tumulto entre a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo, a
Polícia Militar (PM) e professores da rede municipal de ensino ocorreu
no início da tarde de hoje (14) na Câmara Municipal de São Paulo. Ao
menos três professores ficaram feridos. Segundo o Sindicato dos
Profissionais em Educação no Ensino Municipal, a GCM e a PM utilizaram
bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra os educadores.
A
assessoria de imprensa da GCM informou que a “informação inicial era de
um pequeno tumulto na Câmara”. O órgão disse que irá se manifestar em
nota mais tarde. A assessoria da PM disse que a ocorrência foi atendida
pela GCM e que apenas colaborou.
O prefeito de São Paulo, João
Doria, disse que houve uma tentativa de invasão da Cãmara Municipal por
parte dos professores. Ele considerou que ocorreu excesso “das duas
partes”.
“Houve uma invasão, isso tem que ficar claro, o que não
justifica nenhum tipo de violência, nem da parte de quem invade, nem da
parte invadida. A prefeitura, na figura do prefeito, não justifica e não
ampara nenhum tipo de agressão. Mas condena a invasão”, disse em
entrevista coletiva. Doria disse ainda que a atuação da GCM dentro da
Câmara é instruída pela mesa diretora da Casa.
Em nota, a
presidência da Câmara disse que atuou para garantir o amplo debate em
relação ao PL 621, de 2016, que trata da reforma da previdência
municipal. “Tanto que [a Câmara] assegurou o acesso de manifestantes ao
plenário onde ocorria a reunião da CCJ e ao auditório externo até a
lotação máxima dos dois espaços, para garantir a segurança de todos,
inclusive dos próprios manifestantes. Eventuais excessos das forças de
segurança que atuam dentro do Legislativo serão apurados”, diz a nota.
Vigília
Os
professores faziam uma vigília em frente ao prédio desde o período da
manhã na expectativa de participar da sessão em que se discutiria o PL
621, de 2016, do Executivo municipal, que trata da reforma da
previdência municipal, conhecido como Sampaprev. Parte dos professores
ingressou na Câmara, que teve a entrada fechada, logo em seguida, em
razão da lotação da casa.
Alguns professores ficaram em uma área
intermediária. Não conseguiram entrar no prédio, mas se abrigaram na
área interna às grades que circundam a Câmara. Segundo os professores,
eles receberam autorização da casa para permanecer ali.
De acordo
com o professor de história da rede municipal de ensino Bruno Magalhães,
a PM começou a lançar bombas do lado de fora, e a GCM passou retirar os
professores da área intermediária com o uso de bombas de gás e balas de
borracha.
“Eu estava do lado de dentro quando a PM começou a
jogar bombas lá fora. Alguns professores correram então para dentro, e a
GCM passou a agredir a gente para que saíssemos. Primeiro tomei um tiro
de bala de borracha no pescoço, e depois um na cabeça”, disse o
professor. Ele recebeu sete pontos na cabeça e estava sendo atendido na
Assistência Médica Ambulatorial (AMA) da Sé.
Dentro do prédio uma
professora também foi agredida e estava sangrando, mas a assessoria da
Câmara ainda não tinha informações sobre seu estado de saúde. Muitos
professores que estavam na área externa passaram mal em razão do gás
lacrimogênio.
Agência Brasil
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