Obras para construção de Radiotelescópio no Vale do Piancó serão iniciadas em 120 dias
“Uma região que ainda não conta com campus universitário vai sediar o equipamento com potencial de impactar na educação e na economia"
Radiotelescópio no Sertão paraibano será realidade |
O
Sertão da Paraíba vai ganhar um importante aliado no estudo de
fenômenos espaciais e teorias físicas, que há milênios fascinam a
população e intriga pesquisadores. Nessa terça-feira (20) a Universidade
Federal de Campina Grande firmou protocolo de intenções com a
Prefeitura Municipal de Aguiar, no Sertão paraibano, para a construção
de um radiotelescópio na região do Vale do Piancó. As obras devem ser iniciadas no prazo de 120 dias.
Fruto
de uma cooperação internacional que inclui a UFCG, a Universidade de
São Paulo (USP), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e
universidades e organismos do Reino Unido, Suíça, Uruguai, França e
China, o Radiotelescópio Bingo (sigla em Inglês para Oscilações
Acústicas de Baryon em Observações de Gás Neutro) irá permitir avanços
em pesquisas astrofísicas, com impacto direto na localidade em diversas
áreas.
“Apesar de ser uma região que ainda não conta com nenhum
campus universitário, vai sediar o equipamento com potencial de impactar
significativamente na educação e na economia do local, com efeitos nos
municípios vizinhos”, diz o professor Luciano Barosi, da Unidade
Acadêmica de Física da UFCG, um dos dez pesquisadores da universidade
envolvidos no projeto.
O radiotelescópio ocupará uma área de 300
metros quadrados e contará com dois espelhos de aproximadamente 40
metros de diâmetro cada, sustentados por uma estrutura metálica de 80
toneladas. O município de Aguiar, localizado a cerca de 300 km de
Campina Grande, foi escolhido por ser uma região geograficamente
adequada e livre de poluição eletromagnética, sendo considerada a maior
área de silêncio do Brasil. O projeto de instalação e operacionalização
deverá ser concluído no prazo de dois anos.
“A construção do
equipamento deve demorar cerca de um ano. Depois, tem uma etapa de
calibração que se chama comissionamento, que deve durar quase um ano.
Após isso, o equipamento estará fazendo as medidas que queremos. O
primeiro resultado científico sai um ano depois do início do
funcionamento”, explica Barosi. O custo global do projeto é estimado em
U$ 4,2 milhões (cerca de R$ 13,1 milhões), sendo que a maior parte dos
recursos (R$ 10,1 milhões) será bancada pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
DIÁRIO DO SERTÃO - Por Luzia de Sousa
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