Vídeo mostra momentos que antecederam acidente de carro da Uber com mulher
A
polícia de Tempe, no estado do Arizona, publicou no Twitter o vídeo dos
momentos que antecederam o choque mortal entre um carro autónomo da
Uber e uma mulher que seguia de bicicleta. As imagens mostram que o
automóvel não abrandou antes de atropelar a mulher e que a “condutora de
segurança” que seguia no carro não estava a prestar atenção à estrada
para poder evitar o acidente. Neste momento, os testes com carros
autónomos estão parados na Uber. A Toyota já informou que também vai
suspender os seus testes.
O atropelamento de segunda-feira foi o
primeiro caso de morte causada por um veículo autónomo. Esta
quarta-feira, a polícia de Tempe tornou públicos dois vídeos do
acidente. Num deles, as imagens captam o exterior do automóvel Volvo; no
outro, vê-se o interior do veículo. O vídeo do exterior mostra uma rua
escura, quase deserta, até ao momento em que uma mulher cruza a estrada
de bicicleta. Dura apenas quatro segundos e termina no momento em que o
carro choca com a ciclista.
O segundo vídeo mostra o lugar da
condutora, que divide a sua atenção entre a estrada e um dispositivo que
está fora de plano. As imagens mostram que no momento do embate Rafaela
Vazquez, “condutora de segurança”, não estava a olhar para a estrada. (As imagens do vídeo podem chocar os mais sensíveis).
Durante
fase de testes, a Uber obrigava a que todos os carros autónomos
tivessem um “condutor de segurança”, uma pessoa capaz de intervir em
situações de acidente iminente. Na maior parte dos testes, os automóveis
estavam em modo autónomo e confiavam nos sensores para detectar peões,
outros carros e obstáculos.
Ainda não foram apuradas
responsabilidades e os procuradores locais ainda estão a decidir se vão
apresentar uma queixa-crime. A Uber reagiu ao vídeo, descrevendo as
imagens como “perturbadoras e desoladoras”. “Os nossos carros continuam
parados e estamos a ajudar as autoridades locais, estatais e federais de
todas as maneiras que podemos”, cita o Guardian.
“Isto é
terrível”, disse uma enteada da vítima, ao jornal britânico. “Devia ser
aberto um processo criminal”. “Não acredito que [a condutora] dentro do
veículo não a tenha visto”, comentou a enteada.
A Uber suspendeu
os seus testes e várias outras empresas automóveis seguiram o seu
exemplo. A Toyota decidiu suspender os testes de condução autónoma nos
EUA, justificando com o impacto emocional sobre as suas equipas, após o
acidente com o veículo da Uber.
“Dissemos aos nossos condutores
que tirem um par de dias para que possamos avaliar a situação”, disse um
porta-voz da Toyota? ao jornal The New York Times. Apesar de os veículos autónomos funcionarem sozinhos, a Toyota tem condutores e engenheiros no seu interior por segurança.
Já
a Ford e a General Motors mantêm os seus testes com viaturas autónomas
nos EUA, apesar do acidente da Uber, assim como a BMW. A japonesa Nissan
recusou comentar.
Os carros autónomos ainda estão a ser testados por todo o mundo, mas levantam algumas questões éticas, por se confiar na inteligência artificial para tomar decisões que podem afentar a vida humana.
Ainda
que esta seja a primeira vez que um carro autónomo atropela mortalmente
uma pessoa, não é a primeira vez que há uma morte associada a este tipo
de veículos. Em 2016, uma colisão entre um Tesla Model S e um
camião resultou na primeira morte envolvendo veículos sem condutor. O
Tesla não ativou o sistema automático de travagem e embateu num camião,
por não ter conseguido distinguir um camião branco de um céu brilhante.
O ocupante que seguia no carro, e que tinha confiado a condução ao
automóvel, acabou por morrer.
Uol
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