sexta-feira, 9 de março de 2018

Caso do cabo da Polícia Militar assassinado por soldado

Exclusivo: esposa do cabo André diz que mãe do soldado Tavares sabia que assassinato poderia ocorrer

Minutos antes dos tiros que atingiram o cabo, foi a mãe do soldado que abriu a porta para André entrar na casa onde estava seu filho


Cabo André Pereira e Dayse Maria Pessoa Farias da Silva
Os verdadeiros motivos que redundaram na morte do cabo da Polícia Militar, André Pereira, morto por seu colega de corporação, soldado Álvaro Tavares, vem ganhando novos contornos desde segunda-feira (05), data do homicídio. A viúva da vítima, Dayse Maria Pessoa Farias da Silva, afirma que a mãe do autor dos disparos foi omissa e sabia que seu filho poderia cometer o crime.
Minutos antes dos tiros que atingiram fatalmente o cabo, foi a mãe do soldado Tavares que abriu a porta para André entrar na casa que estava seu filho, localizada no bairro de Manaíra. “Foi ela que abriu a porta. Ela sabia. À tarde ela presenciou o filho ameaçando a mim e ao meu marido de morte, e a minha mãe”, revelou Dayse Pessoa.
Mais à frente a viúva deu mais detalhes da suposta personalidade agressiva do soldado Tavares, salientando que seu marido havia ligado para o acusado a fim de ter uma conversa pacífica e conciliadora. “Ele (Álvaro) fez uma ameaça ao meu esposo no domingo à noite por telefone. Meu marido ligou para ele ‘camaradamente’ para tentar conversar numa boa”, relatou Dayse Pessoa.
Durante a ligação, segundo a esposa do cabo André, o soldado Tavares teria se exaltado, e começou a proferir palavras de baixo calão e fazer ameaças. “Ele me chamou de vagabunda e fuleira, e que se eu passasse na frente dele, ele iria me matar”. Dayse Pessoa também indagou o fato do acusado não ter passado por audiência de custódia, sendo liberado horas depois de ser detido.
Segundo a viúva, no domingo à tarde Tavares teria discutido com uma pessoa da família, deixando claro que pessoas influentes na corporação poderiam oferecer ajuda caso cometesse algum delito. “Ele disse que não seria preso e não daria em nada, pois tem conhecidos na polícia”.
O soldado Tavares foi levado, após o crime, para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, mas foi liberado após ser ouvido. Ele irá responder ao processo em liberdade. Segundo o major Kelton Pontes, comandante da Companhia Independente de Cabedelo, unidade a qual o acusado está lotado, seu subordinado foi solto por ter se apresentado de forma voluntária.
Entenda o caso 
De acordo com o major Kelton, o suspeito é primo da esposa da vítima. O desentendimento entre o cabo André e o soldado Tavares começou no domingo (4), após uma discussão familiar. Segundo a versão da viúva, havia um descontentamento na família pelo fato do acusado praticar violência contra seu tio, que é portador de transtornos mentais.
Diante da situação, o clima de animosidade surgiu. Dayse Pessoa afirma que seu esposo tentou apaziguar o problema, estabelecendo contato com o soldado Tavares por telefone e, depois, indo até seu apartamento na segunda-feira (05), quando foi recebido a bala. Três tiros foram efetuados, dos quais dois atingiram de forma fatal o PM.
A defesa do soldado Tavares busca a linha da legítima defesa, enquanto esposa do cabo André e seu advogado afirmam que o militar não esboçou qualquer tipo de ato que justificasse uma agressão, tendo sido mortalmente ferido sem esboçar reação.
Reportagem de Eliabe Castor para o Blog do Gordinho 

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