Polícia Federal prende presidente da Fecomércio do Rio, principal alvo da Operação Jabuti
De acordo com a PF, as investigações apontaram que pessoas ligadas à gestão da Fecomércio-RJ estariam envolvidas em operações irregulares - (Foto: Reprodução) |
Contra ele, havia pedido de prisão
preventiva pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e
passiva e pertinência a organização criminosa. Segundo o MPF, Diniz
lavou entre 2007 a 2011 cerca de R$ 3 milhões por meio da empresa de
consultoria Thunder Assessoria Empresarial, que pertence a ele, em
esquema que seria autorizado pelo ex-governador Sérgio Cabral, que está
preso em Curitiba, e que contou com a atuação dos seus operadores Carlos
Miranda e Ary Filho. Os dois estão presos.
O MPF detalha que a
lavagem de dinheiro era feita com a assinatura de contratos de prestação
de serviços de clipping de notícias e de “comentário conjuntural com a
análise dos fatos mais importantes nos setores empresariais
selecionados”, que a Thunder prestaria para empresas dos Grupos Dirija e
Rubanil. Miranda e Ary Filho repassavam o dinheiro e era emitida nota
fiscal “fria”, sem que o serviço tivesse sido prestado.
Diniz
também teria contratado, a pedido de Cabral, pelo menos seis
funcionários, todos parentes próximos dos operadores do esquema, que não
trabalhavam de fato nas entidades ligadas à Fecomércio-RJ, além de uma
chef de cozinha e de uma governanta que trabalhavam diretamente para o
ex-governador do Rio. O total de pagamentos, feitos pelo Sesc e pelo
Senac, chegou a R$ 7.674.379,98.
O MPF investiga também a
contratação irregular pela Fecomércio do escritório de advocacia de
Adriana Ancelmo, esposa de Cabral, já condenada pela 7ª Vara Federal por
lavagem de dinheiro. A acusação inclui outros escritórios de advogados,
num valor total de R$ 180 milhões.
Acesso a documentos teria sido dificultado
Os
procuradores que trabalham na Lava Jato no Rio de Janeiro, Eduardo El
Hage, Fabiana Schneider, Felipe Bogado, José Augusto Vagos, Leonardo de
Freitas, Marisa Ferrari, Rafael dos Santos, Rodrigo Timóteo, Sérgio
Pinel e Stanley Valeriano da Silva indicam que Diniz ainda tem
ingerência sobre as entidades e teria sabotado a atual gestão para
dificultar o acesso dela aos documentos, com o fechamento de sedes,
dispensa de funcionários e fazendo com que conselheiros não fossem a
reuniões.
A Operação Jabuti também busca cumprir mandados de
prisões temporárias contra Plínio José Freitas Travassos Martins,
Marcelo José Salles de Almeida e Marcelo Fernando Novaes Moreira, todos
diretores de confiança de Diniz; além de dez ordens de busca e apreensão
e dez intimações para investigados prestarem depoimentos.
A Polícia Federal concederá ainda esta manhã entrevista coletiva para detalhar a operação.
(Divulgação)
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Agência Brasil
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