Dupla recebe pena de 3 anos por tatuar adolescente na testa com frase "Eu sou ladrão e vacilão"
Os dois rapazes que tatuaram a testa do adolescente em São Bernardo do Campo com a frase “Eu sou ladrão e vacilão”
foram condenados pelos crimes de lesão corporal gravíssima e
constrangimento ilegal. A decisão foi proferida pelo juiz da 5ª Vara
Criminal de São Bernardo do Campo na sexta-feira (16). Eles estão presos
desde 9 de junho de 2017.
Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 28
anos, recebeu pena de três anos de reclusão em regime inicial semiaberto
pelo crime de lesão corporal gravíssima e de quatro meses e 15 dias de
detenção em regime inicial semiaberto pelo crime de constrangimento
ilegal.
Ronildo Moreira de Araújo, 30 anos,
foi condenado a três anos e seis meses de reclusão em regime inicial
fechado pelo crime de lesão corporal gravíssima e de cinco meses e sete
dias de detenção em regime inicial semiaberto pelo crime de
constrangimento ilegal.
Não foi concedido aos réus o direito de recorrer em liberdade.
Os dois são responsáveis por tatuar a inscrição “eu sou ladrão e vacilão”
na testa de um adolescente, que hoje tem 18 anos. O crime, segundo
informações da polícia, foi cometido na manhã do mesmo dia em que foram
presos. Na ocasião do crime, o adolescente estava desaparecido desde 31
de maio.
Para o conselheiro do Condepe, Ariel
de Castro Alves, “as penas são baixas para um caso que se tornou
emblemático. Infelizmente a Lei dos Crimes de Tortura não foi aplicada.”
Segundo ele, na tortura o
cumprimento de pena inicial é sempre no regime fechado. Nas lesões
corporais, pode ser semiaberto, dependendo do tempo de pena.
“A progressão de pena, na tortura
precisa cumprir 2/5 para conseguir progredir de regime fechado pra semi
aberto, por exemplo.” Nas lesões corporais, basta cumprir 1/6 da pena,
para poder ter progressão de regime.
Segundo Alves, os condenados já poderão pedir para sair da prisão, pois já estão presos há oito meses.
Vítima internada
Internado desde 13 de junho do ano
passado em uma clínica para tratamento contra o vício de crack e álcool,
na Grande São Paulo, o adolescente que teve a testa tatuada por dois
homens em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, disse que vive um dia
por vez e que perdoa os responsáveis pela marca que ainda carrega em sua pele.
“Estou aprendendo a viver. A gente
tem de viver um dia de cada vez. Já sei o que posso fazer da minha vida:
estudar, trabalhar e viver a vida como cidadão. Hoje sei o limite das
coisas. Droga derrotou muito a minha vida e a da minha família. Não
quero mais, não tenho mais vontade de usar, só quero ficar limpo e andar
para frente”, disse ele.
WSCOM
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