Com ajuda de mãe de aluguel, mulher usa sêmen do filho morto para se tornar avó de dois bebês gêmeos
Foto: Sagar Kasar |
Uma
professora indiana de 49 anos encontrou uma forma improvável de reviver
suas memórias do filho, morto de um câncer de cérebro.
Com a
ajuda de uma mãe de aluguel de 35 anos, Rajashree Patil conseguiu usar o
esperma armazenado de seu filho para gerar dois bebês gêmeos – seus
novos netos, uma menina e um menino.
Ela conta que esse foi o jeito que encontrou de “se manter perto do filho de alguma forma”.
Depois
de ter se formado em Engenharia na Sinhgad College of Engineering, na
Índia, o filho de Rajashree se mudou para a Alemanha em 2010 para fazer o
mestrado.
Em 2013, acabou diagnosticado com um tumor agressivo no
cérebro e morreu em 2016. Mas o sêmen dele havia sido armazenado e,
depois da morte do rapaz, foi usado em uma barriga de aluguel, dando a
possibilidade de Rajashree ser avó.
“Agora eu tenho meu filho de volta”, disse Rajashree Patil à BBC.
“Eu
era muito ligada ao meu filho. Ele era um aluno brilhante e estava
fazendo mestrado quando foi diagnosticado com um tumor que já estava num
estágio avançado no cérebro”, conta a mãe.
Segundo ela, foram os
médicos que pediram a Prathamesh que armazenasse o sêmen antes do início
da quimioterapia e da radioterapia. Isso porque tratamentos como a
radio e a quimioterapia podem provocar infertilidade.
Prathamesh
não era casado e deixou a mãe e a irmã, Dnyanashree, como responsáveis
pelo esperma, que foi guardado após a morte dele.
O sêmen
preservado foi então usado para fertilizar um óvulo de uma doadora
anônima. E o embrião foi implantado em uma parente próxima, por
fertilização in vitro.
Rajashree conta que se recusou a prolongar o
luto e, em vez disso, usou o sêmen do filho para “revivê-lo” em um neto
– no caso, vieram dois.
Os gêmeos nasceram em 12 fevereiro e
Rajashree deu o nome do filho ao menino e escolheu Preesha (que
significa presente de Deus) para a menina.
O médico Supriya
Puranik, especialista em fertilização in vitro do hospital Sahyadri,
onde foi feito o procedimento, disse que se tratou de uma ação de
rotina, mas este caso era único, por se tratar de “uma mãe entristecida
que queria recuperar seu filho a qualquer custo”.
“Ela foi extremamente positiva durante toda a gravidez”, disse Puranik.
BBC Brasil
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