Falta de regulamentação dificulta trabalho de bugueiros na Paraíba
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| Foto: Paulo Rogério/Arquivo Pessoal | 
Transformar
 um hobby em trabalho é motivo de satisfação para o bugueiro Paulo 
Rogério Melo, 45 anos. O motorista e guia turístico trabalha há 16 anos 
nas praias da Paraíba. Ele começou a atuar no setor depois de fechar sua
 empresa de distribuição de jornais. Porém, a falta de uma legislação 
específica dificulta o trabalho de bugueiros na Paraíba.
Ao Portal MaisPB
 a diretora e conselheira dos transportes turísticos da Sescoop, Paola 
Vilar, explicou que reuniões com o Ministério do Turismo, PBTur e 
Departamento de Estradas e Rodagem (DER) já foram agendadas para 
resolver o impasse. Por ser um veículo artesanal, o bugue não tem 
regulamentação pelo MTur para fazer transporte turístico na Paraíba.
“No
 Rio Grande do Norte e Ceará o bugue é muito forte. Falta regulamentação
 estadual e municipal para eles serem legais para fazerem o transporte. É
 importante para o turismo e para o pai da família garantir seu 
sustento. É um trabalho honesto. Você mostra nosso litoral e forma 
bonita e para o turista é uma maravilha. Os bugueiros estão sofrendo com
 isso”, explicou.
Cooperativa torna bugueiros mais fortes
Desde
 criança, Paulo tinha contato com bugue e sempre gostava dos passeios 
com a família. “Meu pai tinha bugue, sou acostumado desde pequeno a 
andar nesse tipo de veículo, gosto muito”, comenta. Em 2002, a convite 
de amigos que trabalhavam com turismo e passeios de bugues, ele começou a
 fazer viagens turísticas e se apaixonou pelo trabalho.
Como
 era acostumado a andar com o pai em todo litoral paraibano, não teve 
dificuldades de mostrar aos visitantes os diversos pontos turísticos. As
 praias, trilhas e curiosidades. Paulo sabe de tudo um pouco e gosta de 
falar aos seus clientes. “Para trabalhar com turismo tem que gostar de 
pessoas”, disse Paulo.
O
 grupo de amigos bugueiros foi crescendo e tomando proporções maiores, 
então resolveu montar uma associação organizar e se profissionalizar. A 
associação cresceu e tornou-se Cooperativa de Trabalho dos Guias – 
Bugueiros do Turismo e Lazer do Estado da Paraíba, a Coopermix.
Com
 isso o trabalho ficou mais organizado com documentação e licença de 
órgãos estadual e municipal para trabalhar. Atualmente são 15 bugues e 
25 carros de receptivo.
Marcos 
Nascimento é presidente da Coopermix desde a fundação, em 2014. Ele foi 
até Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) que é 
integrado do Sistema Cooperativista Nacional e também o Sindicato e 
Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado da Paraíba (OCB-PB) e
 conseguiu ter toda a orientação necessária. “Fizemos fardas, adesivos 
dos carros, abrimos conta no banco, declaramos imposto de renda, tudo 
que uma cooperativa precisa para funcionar”, disse o presidente.
Além
 da padronização, todos os bugueiros fizeram cursos de guia turístico 
para melhorar o atendimento aos visitantes. “Os turistas ficam mais 
seguros em contratar um serviço de passeio em que os profissionais 
utilizam uma farda e carros com adesivos padrão”, afirma Marcos.
De
 acordo com Paola Vilar, diretora e conselheira dos transportes 
turísticos da Sescoop a cooperativa é uma solução para pequenos 
empreendedores, que juntos tornam-se mais fortes podendo competir, 
correr licitações, captar mais clientes e conquistar credibilidade dos 
usuários.
“É um trabalho honesto e 
importante para turismo da Paraíba. Os bugueiros mostram de forma muita 
bonita os pontos turísticos da nossa cidade”, comenta.

Juliana Santos – MaisPB / Fotos: Paulo Rogério/Arquivo Pessoal
 
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