O que a Operação Lava Jato tem – e vai usar em breve – contra os Lula da Silva
ÉPOCA teve acesso a informações inéditas das investigações em torno das relações e dos negócios de parentes de Lula; qualquer que seja o resultado da apelação do ex-presidente à condenação de Moro, familiares estarão no foco da Lava Jato em 2018
>> Trexo da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:
Na
quarta-feira, 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª região
(TRF-4) julgará recursos contra a condenação em primeira instância do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
a nove anos de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro
no caso da reforma de um tríplex no município litorâneo do Guarujá. O
juiz Sergio Moro
entendeu que a construtora OAS pagou ao menos R$ 2,2 milhões em propina
por meio de obras no imóvel que Lula planejava ocupar. Se a apelação
for negada, ele pode ser impedido de disputar um terceiro mandato
presidencial – projeto ao qual se dedica dia e noite. Independentemente
do resultado do julgamento, o fantasma da Operação Lava Jato vai
continuar assombrando os Lula da Silva ao longo de todo o ano.
Nos
últimos meses, policiais e procuradores federais avançaram sobre aquele
que parecia ser um dos fios desencapados deixados ao longo dos quatro
anos das investigações tocadas em Curitiba: as relações pessoais, os
negócios particulares, a construção do patrimônio e o custeio de
despesas de familiares do ex-presidente.
ÉPOCA obteve dados
inéditos de investigações tocadas pelo Ministério Público Federal e pela
Polícia Federal nos últimos dois anos. Os investigadores progrediram em
pontos importantes da apuração que leva a família do ex-presidente de
volta à arena pública. E eles são contundentes.
Tudo começou em 4
de março de 2016, com a batida policial que visitou 33 imóveis em São
Paulo e no Rio de Janeiro, cujos proprietários eram ligados ao
ex-presidente, seus familiares e respectivos sócios. Se as provas
coletadas na ocasião pareciam insuficientes para a apresentação imediata
de denúncias, elas ganharam corpo recentemente com o depoimento
revelador de testemunhas, a renegociação de colaborações premiadas e o
reforço da velha diretriz tirada dos filmes de intriga política: era
preciso seguir o dinheiro. E eles o fizeram.
(A legenda da capa foi alterada por conter erro de informação acerca da data da foto. O ano correto é 1978.)
Época - THIAGO HERDY E DÉBORA BERGAMASCO, COM AGUIRRE TALENTO E PATRIK CAMPOREZ -
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