Criminoso mais procurado do Brasil é preso no Paraguai nesta quarta-feira
O traficante Marcelo Fernando Pinheiro
Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, de 42 anos, foi preso nesta
quarta-feira, 13, na cidade de Encarnación, no Paraguai. Piloto, que
era um dos criminosos mais procurados do Brasil, estava escondido havia
cerca de cinco anos no país vizinho, de onde remetia armas, drogas e
munições para abastecer as favelas dominadas pelo Comando Vermelho (CV),
no Rio de Janeiro.
Piloto foi detido por agentes da
Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, no bairro Arroyo
Porâ, que abriga ex-barrageiros, no departamento de Itapúa. O traficante
foi surpreendido em sua casa e não ofereceu resistência.
De acordo com a Senad, a detenção foi
possível graças a uma investigação realizada com apoio da Polícia
Federal do Brasil e da Agência Antidrogas Americana (DEA).
Piloto possui extensa ficha criminal,
que inclui crimes de homicídio, tráfico, associação para o tráfico e
roubos. Ele era um dos líderes da facção carioca e chefiava o tráfico de
drogas de Manguinhos, na zona norte do Rio. Preso em março de 1998,
cumpriu pena até progredir para o regime semiaberto em 2007. Quando teve
direito a uma saída temporária, deixou a prisão por seis dias e não
voltou mais.
Antes de fugir para o Paraguai, o
criminoso liderou quadrilhas de roubos de carro e cargas e teria
participado da derrubada do helicóptero da Polícia Militar, em 2009, no
Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Homem de confiança de Fernandinho
Beira-Mar, ele herdou a rede de tráfico de Marcelinho Niterói, morto
pela Polícia Federal no complexo da Maré, em 2011.
Piloto também fez parte do grupo de dez
traficantes acusados do resgate de Diogo de Souza Feitoza, o DG, de 29
anos, da 25ª Delegacia, no Engenho Novo, em julho de 2012. O traficante
costumava organizar bailes funk e circulava pelas comunidades em carros
de luxo roubados, exibindo armas.
A polícia chegou a oferecer uma
recompensa de R$ 10 mil por informações que levassem à sua prisão e ele
fugiu para o Paraguai. No país vizinho, passou a controlar o tráfego na
fronteira. Há suspeita de que tenha participado do planejamento da
emboscada que resultou na morte do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani,
em junho de 2016, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil. A
ação teria sido organizada junto com o Primeiro Comando da Capital
(PCC), mas Piloto acabou rompendo com a facção paulista meses depois em
razão da disputa pelo controle do tráfico de drogas e armas na
fronteira.
Até ser preso, ele vinha operando na
remessa de drogas e armas para o CV no Rio. De acordo com o titular da
Senad, Hugo Vera, os agentes tentam prender outros integrantes do grupo
de Marcelo Piloto que trabalhavam no envio de drogas em grande escala
para outros países. A polícia paraguaia também quer esclarecer se ele
teve participação no roubo à empresa de valores Prosegur, em abril deste
ano, em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil. Como o brasileiro
usava documentos falsos e tinha uma pistola no momento da prisão, ele
deve permanecer preso no Paraguai até o fim da operação.
No Sistema de Cadastramento de Mandados
de Prisão da Polícia Civil do Rio constam 20 mandados contra Marcelo
Piloto. Ele já tem 25 anos de prisão a cumprir, além dos processos que
ainda não tiveram julgamento definitivo.
O secretário de Segurança Pública do
Estado, Roberto Sá, disse que a prisão desarticula o fornecimento de
armas, munição e drogas para o Comando Vermelho. Segundo ele, a
Secretaria vai pedir para interrogar o preso assim que ele for trazido
para o Brasil.
Fonte: Estadão - Créditos: Ana Paula Niederauer e José Maria Tomazela - Publicado por: Anderson Costa
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