Moro é do mal, diz Lula neste sábado em reunião com intelectuais no Rio de Janeiro
Cerca de cem pessoas participaram do encontro
© Reuters
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse, neste sábado (9), que o juiz Sergio Moro "é do
mal". O petista fez essa afirmação durante reunião com artistas e
intelectuais em um hotel em Copacabana, no Rio.
Cerca de cem pessoas participaram do encontro. Entre eles, o
cineasta Luiz Carlos Barreto, a atriz Cristina Pereira, o ator Tonico
Pereira, a filósofa Marcia Tiburi, além dos ex-ministros Franklin
Martins, Celso Amorim, Luiz Dulci e José Gomes Temporão.
No
encontro, Lula disse que chegou acreditar que, pelo refinamento
intelectual que o cargo exige, os agentes da Lava Jato não dariam
prosseguimento ao processo contra ele.
Também disse que esperava
que, ao receber a denúncia contra ele, Moro recomendasse que os
procuradores fossem estudar, ou que, aberto o processo, fosse
absolvido. "Mas não. O cara é do mal", afirmou.
O ex-presidente foi
condenado em julho pelo juiz a 9 anos e 6 meses de prisão, no caso do
tríplex do Guarujá (SP). Ele recorreu ao TRF (Tribunal Regional Federal)
da 4ª Região.
Na reunião deste sábado, Lula justificou a
necessidade de alianças para garantir governabilidade. Ele disse que,
mesmo que se eleja sozinho, um político terá que "fazer as contas"para
governar.
Afirmou ainda que o ideal para um governante é que seu partido eleja 513 deputados e 81 senadores.
Depois
brincou, afirmando que, se isso acontecesse no PT, no dia seguinte o
partido teria 40 tendências."Se for necessário eu ser de esquerda, sou
mais que muita gente. Mas não sou burro. Não sou "principista", afirmou
Lula, dizendo ainda que "política não se aprende na universidade".
Essa
foi uma resposta ao ex-prefeito Fernando Haddad que, pouco antes da
fala de Lula, disse esperar que o ex-presidente dê um "passinho para
esquerda nas próximas eleições".
Em sua intervenção, Haddad
arrancou gargalhadas ao descrever a cara de espanto do ex-presidente
americano ao ouvir do intérprete o que Lula acabara de dizer: que ainda
não haviam encontrado o "ponto G" da relação Brasil e EUA.
Ao
defender seu espírito conciliador, Lula se definiu como um "ponto G" na
política. Pouco antes de encerrar seu discurso, ele disse que encontrará
o "ponto G" da vontade do povo brasileiro.
Aos intelectuais,
disse ser necessário que se fale a linguagem do povo na disputa.
Afirmou, por exemplo, que, em uma favela, não precisa falar apenas em
armamento como solução para segurança. Mas também em emprego e educação,
além de formação policial.
"O policial mais bem formado não vai sair atirando no primeiro negrinho que ele vê".
Lula defendeu o aquecimento do mercado interno como saída econômica. "Mais uma vez os pobres vão salvar o país", afirmou.
Ele disse, porém, que nada disso será possível sem que ganhem as
eleições: "A gente só vai mudar se a gente ganhar".
Política ao Minuto com informações da
Folhapress
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