segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Dado alarmante na Paraíba

No Estado da Paraíba, mulheres negras correm 5,6 mais risco de morrer do que brancas

De acordo com um estudo feito pela Secretaria Nacional de Juventude (CNJ) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), na Paraíba, as mulheres negras morrem 5,65 mais do que brancas.
O índice foi calculado com base na análise de dados de 304 municípios do País com mais de 100 mil habitantes.
Apesar do dado alarmante na Paraíba, a representante do Movimento de Mulheres Negras do estado, Terlúcia Silva, revela que as negras de todo o país passam por situações de risco. Segundo ela, além do racismo institucional, o imaginário social contribui para que a violência persista.
“As mulheres negras são vistas como cidadãs de segunda, terceira categoria. Há uma imagem que elas não são inteligentes, só tem corpo, só produz força física e são hiperssexualizadas. Uma pessoa vista dessa forma está vulnerável à violência física e sexual”, ressalta.
Fonte: Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (Gráfico Estadão)
O grande número de negras em empregos informais, com baixa escolaridade, residindo em áreas pouco estruturadas também são condições que colaboram, segundo Terlúcia,  para que os dados não mudem.
Outro fator preocupante é a violência contra jovens negros na Paraíba. Depois de Alagoas, a Paraíba fica em segundo lugar onde os jovens negros correm 8,9 mais risco de serem assassinados.
Políticas públicas
Atualmente no Brasil, não existem muitas políticas públicas voltadas para o negro. A Lei 10/639/03 torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
Porém, ela não é cumprida conforme previsto. “Nem todos os municípios criaram diretrizes, nem todas as escolas trabalham essa Lei. A gente continua pensando que a pessoa negra está na senzala, está no tronco. A educação é um caminho para a gente compreender como se dão as relações raciais e de gênero no Brasil”, conta Terlúcia.
Na pesquisa realizada, as informações estão divididas em quatro dimensões: violência entre jovens, frequência à escola e situação de emprego, pobreza no município e desigualdade. Essa é a segunda edição do índice, que já havia sido calculado em 2015.
Caroline Queiroz – MaisPB

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