sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Cabral se nega a mencionar correligionários

No 10º depoimento, ex governador Sérgio Cabral diz proteger 'companheiros de lutas'

Afirmação foi feita quando o magistrado o instou a comprovar a tese da defesa de que os recursos dados por empreiteiras ao longo de seu governo tinha como destino campanhas eleitorais

No 10º depoimento, Cabral diz proteger 'companheiros de lutas'
"Isso implicaria citar companheiros meus, de lutas políticas", afirmou o peemedebista ao juiz Marcelo Bretas.
A afirmação foi feita quando o magistrado o instou a comprovar a tese de defesa desde o primeiro depoimento, de que os recursos dados por empreiteiras ao longo de seu governo tinha como destino campanhas eleitorais.
"O senhor entende que, não dando essas informações, dificulta [a defesa]", disse Bretas.
O peemedebista já havia afirmado em interrogatórios anteriores que arrecadou caixa dois para a campanha de reeleição para o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), em 2014. Mencionou ainda as campanhas municipais de 2008 e 2012, sem apontar para quais aliados recolheu o dinheiro.
Cabral voltou a criticar réus que firmaram delação premiada, em especial seu ex-assessor Carlos Emanuel Miranda, apontado pelas investigações como o "gerente da propina" do ex-governador.
"Delator e traidor. Mentiroso. Nelson Rodrigues tem a figura do cunhado canalha. Ele é o primo canalha [Miranda era casado com uma prima de Cabral]", declarou.
"Basta apontar o dedo para mim que ganha o prêmio da delação. Todo mundo que fala de mim, se dá bem", disse Cabral.
O peemedebista voltou a classificar Miranda como um "amarra-cachorro", mas confirmou que pagava um salário mensal ao economista com "sobras de caixa dois". Ele afirmou que o ex-assessor recebia cerca de R$ 70 mil por mês -o economista declarou que recebia R$ 150 mil mensais.
O peemedebista depôs na ação penal que trata da suposta mesada paga pela Carioca Engenharia para o grupo de Cabral. Segundo a denúncia, o peemedebista recebeu cerca de R$ 39 milhões no esquema com a empreiteira.
Réu em 16 ações penais, Cabral já prestou nove depoimentos a Bretas e um ao juiz Sergio Moro. Três processos já tiveram sentença que já somam 72 anos de pena ao ex-governador, com recursos na segunda instância.
FLAMENGO
Ao fim da audiência, Cabral lamentou o empate do Flamengo com o Independiente, que culminou com a perda do título da Copa Sul-Americana.
"Torci a beça. Sofri porque o Vasco ia passar para segunda fase direto, seria bem melhor. Meus filhos são vascaínos, e reclamam. Mas é pragmático", disse ao magistrado, flamenguista.
"Não vamos falar disso", respondeu Bretas, que declarou não ter visto o jogo. Política ao Minuto com informações da Folhapress

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