Os motivos que levaram a tetracampeã Itália a ficar fora da Copa do Mundo 2018
A tetracampeã Itália sofreu um duríssimo golpe em sua história na
noite dessa segunda-feira. Ao não conseguir furar o bloqueio da
Suécia na repescagem, acabou eliminada precocemente e não disputará a
Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Isso não acontecia havia 60 anos – e
será a terceira vez até hoje.
Este é, sem dúvida, o maior tombo italiano dos últimos anos, mas o
momento ruim do país no futebol não vem só de agora. Vale lembrar que,
após o título da Copa de 2006, a Azzurra caiu duas vezes seguidas na
fase de grupos do torneio, com campanhas terríveis em 2010 e 2014. Na
Eurocopa, parou já nas quartas de final em 2008 e 2016. E em 2012 chegou
à final, mas levando uma sapatada de 4 a 0 da campeã Espanha.
1- Pouco talento do meio para a frente
Nomes campeões do mundo em 2006, como Totti e Del Piero, fazem muita
falta à Itália atual. A defesa seguiu forte, com nomes como Buffon
(agora aposentado da seleção), Bonucci e Chiellini, mas não se pode
dizer o mesmo dos outros setores. Nos dois jogos contra a Suécia, ficou
evidente a falta de criatividade do meio-campo – até mesmo Verratti, do
Paris Saint-Germain, foi digno de críticas por sua performance.
Candreva, outro exemplo, teve atuações terríveis. E o ataque deixa muito
a desejar, com peças quase sempre nulas como Immobile.
– É uma grande decepção para nós, italianos. A Copa do Mundo é o
maior torneio do mundo, e a Itália é uma das maiores seleções do planeta
– afirmou um cabisbaixo torcedor, na saída do San Siro.
– Vivemos situações complicadas nos últimos tempos, é verdade, mas há
uma enorme diferença entre esta derrota e as anteriores. Estamos fora
da próxima Copa. Nessa transição de gerações, vejo que falta talento.
Sentimos falta de algo – analisou a repórter Giulia Zonca, do jornal “La
Stampa”.
2- Time envelhecido e falta de jovens promissores
Buffon não foi o único a se despedir da seleção após a queda frente à
Suécia na repescagem. De Rossi e Barzagli fizeram o mesmo, e Chiellini
disse que está quase certo de também seguir esse caminho. Ao mesmo
tempo, não se veem substitutos promissores para o futuro próximo, à
exceção do goleiro Donnarumma, de 18 anos. Quem são os jovens italianos,
entre uns 17 e 22 anos, que têm potencial para estar um dia entre os
melhores jogadores do mundo? Não sabemos, porque na verdade eles ainda
não existem.
– Vivemos uma crise técnica, porque temos muito estrangeiros nos
times principais da Série A. Temos pouca confiança nos jovens. Esse time
que não vai à Rússia tem jogadores velhos demais, e os jovens ainda não
têm consistência internacional para ganhar os jogos mais importantes. O
futuro é muito preocupante. É preocupante um jogador como Verratti não
jogar bem pela Itália. Atletas jovens como ele, Bernardeschi e Belotti
cresceram no último ano, mas não foram bem na seleção. – disse Paolo
Tomaselli, do jornal “Corriere della Sera”.
3- Treinador sem experiência internacional
A culpa da não classificação à Copa do Mundo caiu principalmente nos ombros do técnico da seleção italiana, Giampiero Ventura. O comandante já assumiu o cargo sob muita desconfiança, após a Eurocopa de 2016, por conta da sombra do competente Antonio Conte e por não ser considerado um dos melhores do país – o anúncio foi surpreendente na época. Apesar da experiência dos seus 69 anos, falta a ele experiência internacional como treinador. Estava no Torino e nunca dirigiu um dos quatro gigantes italianos (Juve, Milan, Inter e Roma) – o maior clube que comandou foi o Napoli, na temporada 2004/05.
3- Treinador sem experiência internacional
A culpa da não classificação à Copa do Mundo caiu principalmente nos ombros do técnico da seleção italiana, Giampiero Ventura. O comandante já assumiu o cargo sob muita desconfiança, após a Eurocopa de 2016, por conta da sombra do competente Antonio Conte e por não ser considerado um dos melhores do país – o anúncio foi surpreendente na época. Apesar da experiência dos seus 69 anos, falta a ele experiência internacional como treinador. Estava no Torino e nunca dirigiu um dos quatro gigantes italianos (Juve, Milan, Inter e Roma) – o maior clube que comandou foi o Napoli, na temporada 2004/05.
–
Para mim o maior erro é do Carlo Tavecchio (presidente da Federação
Italiana de Futebol), pois ele escolheu o Ventura. Se o Ventura não é
capaz, não é culpa dele. A culpa é da pessoa que o colocou no cargo.
Ventura é um dos piores técnicos da Itália. Tem mentalidade muito
antiga, não tem personalidade, falta tudo nele. Muitos jogadores que
estavam bem com Conte não jogaram direito com Ventura, por exemplo o
Parolo, entre outros. O técnico não foi capaz de tirar o melhor dos
jogadores – declarou um torcedor indignado.
– Temos bons treinadores, como Conte, Mancini, Spalletti, Allegri,
Ancelotti, mas foi escolhido um treinador como Ventura, que não tinha
nenhuma experiência internacional. Não é um técnico ruim, é bom, mas não
tem a experiência para esse tipo de jogo. Vimos isso nos resultados –
analisou Paolo Tomaselli.
– Não é 100% culpa dele, mas boa parte, sim. Ele não tem o carisma
para o cargo, sempre mostrou isso. No fim, acabou perdendo a confiança
do grupo. Ele ficou fazendo mudanças constantes, não achou um time –
afirmou Giulia Zonca.
4- Série A decadente
A primeira divisão da Itália, conhecida no mundo como “Série A”, perdeu muita relevância em relação a décadas atrás, quando era o campeonato nacional mais badalado do mundo. Hoje está atrás do Campeonato Inglês e do Espanhol, e tem perdido cada vez mais terreno para o Alemão e o Francês. Essa decadência começou em 2006, no escândalo do “Calciopoli” (esquema de manipulação de resultados que envolveu times como Juventus, Milan e Fiorentina).
4- Série A decadente
A primeira divisão da Itália, conhecida no mundo como “Série A”, perdeu muita relevância em relação a décadas atrás, quando era o campeonato nacional mais badalado do mundo. Hoje está atrás do Campeonato Inglês e do Espanhol, e tem perdido cada vez mais terreno para o Alemão e o Francês. Essa decadência começou em 2006, no escândalo do “Calciopoli” (esquema de manipulação de resultados que envolveu times como Juventus, Milan e Fiorentina).
A Juve se recuperou e atualmente manda com folga no futebol italiano.
É o único que mostra força entre os gigantes da Europa – foi
vice-campeão de duas das três últimas edições da Liga dos Campeões,
perdendo na final para Barcelona e depois Real Madrid. Porém, os outrora
poderosos Milan e Inter de Milão passaram por graves crises, foram
comprados por chineses e vivem uma transição bem difícil.
Globo Esporte - Publicado por: Leandro Borba
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