Banco Mundial recomenda fim da gratuidade em universidades públicas brasileiras

O
Banco Mundial recomendou ao governo brasileiro através de relatório
que extinguisse o acesso gratuito ao ensino superior público.
O
documento “Um ajuste justo – propostas para aumentar eficiência e
equidade do gasto público no Brasil”, elaborado pela instituição,
argumenta que as despesas com ensino superior são “ineficientes” e
“regressivas” e sugere o fim da gratuidade nas universidades públicas.
Isto iniciaria o pagamento de mensalidades pelas famílias mais ricas.
A
ideia do banco é que o governo brasileiro estenda o Programa de
Financiamento Estudantil (Fies) às universidades federais e, além disso,
forneça bolsas de estudo gratuitas a estudantes dos 40% mais pobres da
população através do Programa Universidade para Todos (Prouni). Hoje,
esse grupo responde por 20% de todos os estudantes das universidades
federais e 16% de todos os estudantes universitários no país. Os alunos
de renda média e alta, por outro lado, poderiam pagar pelo curso depois
de formados: durante a faculdade, teriam acesso a algum tipo de crédito,
como o Fies.
O objetivo do relatório, segundo a instituição é
defender mais eficiência dos gastos públicos no Brasil. Ele afirma que
uma reforma do sistema universitário poderia economizar até 0,5% do PIB
do orçamento federal.
Ao citar que 65% dos estudantes das
universidades públicas pertencem aos 40% dos mais ricos da população, o
texto ressalta que “as despesas com universidades federais equivalem a
um subsídio regressivo à parcela mais rica da população brasileira”.
O
relatório do Banco Mundial ressalta que o custo de um estudante em
universidades públicas é de duas a cinco vezes maior do que estudantes
em universidades privadas. Enquanto nas instituições privadas o preço
médio de um aluno é de cerca de R$ 14 mil por ano, nas estaduais esse
valor é de R$ 28 mil e, nas federais, R$ 41 mil.
“Os gastos
públicos com o ensino superior também são altamente ineficientes, e
quase 50% dos recursos poderiam ser economizados. Os gastos públicos com
ensino fundamental e médio são progressivos, mas os gastos com o ensino
superior são altamente regressivos. Isso indica a necessidade de
introduzir o pagamento de mensalidades em universidades públicas para as
famílias mais ricas e de direcionar melhor o acesso ao financiamento
estudantil para o ensino superior (programa FIES)”, relata o texto.
O Globo
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