Deputado Jair Bolsonaro: “Se não houver fraude, com certeza estarei no segundo turno”

“Sou diferente de todos os presidenciáveis que estão aí. Quem declara
voto em mim dificilmente mudará. Não havendo fraude, com certeza
estarei no segundo turno”, afirmou.
O pré-candidato diz contar com a simpatia de grupos específicos, como
os evangélicos, os que querem ter arma em casa e setores do
agronegócio.
Acredita, no entanto, que as eleições em urnas eletrônicas no Brasil não são limpas, e por isso defende a impressão do voto.
Bolsonaro participou de uma série do programa “Canal Livre” com os
presidenciáveis. Foi entrevistado, na madrugada de domingo (19) para
segunda (20), pelos jornalistas Fabio Pannunzio, Fernando Mitre, Julia
Duailibi, Sérgio Amaral e Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo.
Por quase uma hora, tratou de temas como economia, segurança pública e a relação entre Executivo e o Congresso.
Questionado sobre manifestações pelo país que defendem o autoritarismo, disse que nunca pregou uma intervenção militar.
“Mas se chegarmos ao caos, as Forças Armadas vão intervir para a
manutenção da lei e da ordem”, afirmou, ecoando comentário similar do
general Antonio Hamilton Mourão em setembro deste ano.
Bolsonaro disse ser favorável à privatização de estatais, mas
defendeu que cada caso específico seja analisado com cuidado. Vê com
receio, por exemplo, a entrada de capital chinês no país. “A China não
está comprando do Brasil, e sim o Brasil.”
Bolsonaro fez críticas à Folha de S.Paulo ao ser questionado a
respeito de um levantamento de sua carreira no Congresso publicado pelo
jornal. O texto revela que, a despeito do discurso liberal adotado
recentemente, ele votou com o PT em temas econômicos durante o governo
Lula.
Na
conversa Bolsonaro afirmou ainda ser imune à corrupção e que, em caso
de vitória, não seguirá o modelo “toma lá, dá cá” para distribuir
cargos.
Comporá um eventual ministério, afirmou, guiado apenas por critérios
de competência, sem buscar agradar movimentos feministas, negros ou
LGBTs.
Quanto a este último ponto, criticou a discussão de gênero nos colégios.
“Eu quero que todos, inclusive os gays, sejam felizes, mas que esse
tipo de comportamento não seja ensinado nas escolas”, argumentou. “Os
pais querem ver o filho jogando futebol, não brincando de boneca por
causa da escola.”
Ao tratar o tema da segurança pública, um dos principais eixos de seu
discurso, defendeu maior rigor e a adoção de medidas enérgicas no
combate ao crime.
“Se morrerem 40 mil bandidos [por ano, por ação da polícia], temos
que passar para 80 mil. Não há outro caminho. Não dá para combater
violência com políticas de paz e amor”, afirmou.
“Preso não deve ter direito nenhum, não é mais cidadão. O sentido da
cadeia não é ressocializar, mas tirar o marginal da sociedade.”
No encerramento do programa, em suas considerações finais, Bolsonaro
afirmou que o Brasil “precisa de um presidente honesto que tenha Deus no
coração”.
Polêmica Paraíba com FolhaPress
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