Tribunal Regional Federal determina que deputados Picciani, Paulo Melo e Albertassi voltem à prisão
Deputados do PMDB presos na Lava Jato foram soltos após decisão da Alerj, sem notificação judicial

Por unanimidade, os desembargadores do Tribunal Regional Federal do
Rio de Janeiro votaram nesta terça-feira (21) pela revogação da
liberdade dos deputados federais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson
Albertassi.
Os três haviam sido presos na Operação Cadeia Velha, da Lava Jato no
Rio, mas foram soltos após votação na Assembleia Legislativa (Alerj) na
sexta-feira (17), sem que houvesse notificação judicial. Com a decisão,
os três podem voltar à cadeia ainda nesta terça.
O primeiro a falar foi o desembargador Abel Gomes. Relator do processo
contra os três deputados do PMDB, ele afirmou que o alvará de soltura
feito pela Alerj é "esdrúxulo".
"Só pode soltar quem pode prender. Só pode expedir alvará de soltura
quem expede mandado de prisão. Portanto, só poderia ser revogada [a
prisão] por órgão judiciário", afirmou o relator.
Intervenção federal cogitada
Abel Gomes ainda pediu que o processo seja encaminhado ao presidente
do Tribunal Regional Federal (TRF) e que, em caso de novo "obstáculo à
corte", seja pedida uma intervenção federal no Rio de Janeiro.
"Em caso de mais um obstáculo criado à corte, peço que seja
imediatamente encaminhado ao presidente do TRF para que ele, junto ao
STF, peça intervenção federal no RJ. Pelo que se vê, quadro é
preocupante", afirmou.
De acordo com Abel, no dia da votação na Alerj, as galerias que
deveriam ser ocupadas pelo povo, foram "dissimuladamente tomadas por
funcionários".
Por unanimidade, desembargadores federais do TRF-2 tinham decidido na
quinta (16) pelas prisões dos deputados. De acordo com Abel, a soltura
foi "uma completa violação de normas penais", disse o desembargador,
ressaltando que a decisão "Usurpou competência do TRF2".
O desembargador Messod Azulay Neto, segundo a se pronunciar, também
afirmou que a decisão da Justiça não foi acatada. "Vimos na sexta uma
reunião da Alerj onde o cidadão tentou adentrar a casa do povo e foi
impedido, a despeito de decisão judicial que também foi descumprida.",
afirmou Neto, que também declarou voto pela prisão dos três deputados do
PMDB. Desembargador Paulo Espirito Santo: "Estou acompanhando na sua
integralidade o voto do eminente relator".
Os três deputados integram a cúpula do PMDB no estado e são
investigados pela Operação Cadeia Velha, que apura a prática dos crimes
de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas pela presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e
outros cargos na Casa.
G1
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