JOVENS ADEPTOS DE 'NAMORO DE CORTE', EM QUE O PRIMEIRO BEIJO É DADO DEPOIS DO CASAMENTO
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TEMPO CERTO Samila e Roney, noivos que nunca se beijaram: “experiência preciosa” - (Crédito: GABRIEL REIS) |
Aos 22 anos, a professora Samila Souza Rodrigues namora há
dois e está de casamento marcado para janeiro de 2018. Subir ao altar
com o noivo, Roney Reis de Andrade, 23 anos, significará mais do que a
celebração de uma nova vida. É quando vai acontecer o primeiro beijo do
casal. Isso mesmo, primeiro beijo.
Para além de movimentos como “Eu Escolhi Esperar”, em que casais
decidem ter relações sexuais apenas depois de se casarem, e na contramão
das reivindicações dos jovens por mais liberdade quando o assunto é
sexo, há pessoas que decidem começar um relacionamento e namorar nos
moldes de antigamente: sem beijo, sem contato físico, sempre com alguém
por perto.
É o chamado “namoro de corte”. “Quem vê de fora pensa que é loucura,
mas não, é uma decisão bem consciente. Claro que tenho desejo, mas quero
fazer tudo dentro da aliança do casamento, no tempo certo”, afirma
Roney.
“Claro que tenho desejo, mas quero fazer tudo dentro da aliança do casamento”.
Roney Reis de Andrade, 23 anos
REDUÇÃO DE “DANOS”
A ideia de “namoro de corte” está totalmente atrelada à religião. Entre os casais que aderem à prática, pelo menos uma das duas pessoas faz parte de alguma igreja em que se discute sobre a importância de se relacionar mais intimamente só depois de firmado o compromisso do matrimônio. Pode parecer pouca gente, mas há um grande número de comunidades on-line dedicadas a tratar apenas desse assunto.
Roney Reis de Andrade, 23 anos
REDUÇÃO DE “DANOS”
A ideia de “namoro de corte” está totalmente atrelada à religião. Entre os casais que aderem à prática, pelo menos uma das duas pessoas faz parte de alguma igreja em que se discute sobre a importância de se relacionar mais intimamente só depois de firmado o compromisso do matrimônio. Pode parecer pouca gente, mas há um grande número de comunidades on-line dedicadas a tratar apenas desse assunto.
Os defensores explicam o que é, discutem o que vale e o que não vale
dentro da “corte” e trocam experiências. O consultor de marketing
Rodrigo Santos Rodrigues de Andrade, 25 anos, é dono de um dos grupos
nas redes sociais que tratam do assunto, ele próprio adepto dessa
modalidade de namoro. “Antes de saber o que era, já tinha decidido que
era o que eu queria. Como não tem contato físico, é livre de
depravações”, diz Rodrigo. “Comecei a conversar com minha atual namorada
em fevereiro sobre a possibilidade de nos relacionarmos. Tiramos um
período para oração, para ter certeza se era o que queríamos e, em
abril, oficializamos nossa ‘corte’.”
Segundo os casais, não há garantia do sucesso do relacionamento,
ainda que os riscos sejam menores. No site Eu Escolhi Esperar, que
integra um movimento nacional, há depoimentos como o da advogada e
cristã Kamila Carvalho Borges: “A corte também não é uma garantia que o
romance dará certo, mas que se não acontecer da maneira esperada, os
‘danos’ serão menores, e em alguns casos, inexistentes”, afirma ela, que
é casada com o cantor e compositor Lincoln Borges, membro da Missão
Cristo Vive, de Vitória (ES). “Não significa reprimir desejos. Apenas
esperar o momento certo. Posso dizer isso pela minha vida e por tudo que
tenho desfrutado que está sendo uma experiência preciosa”, afirma
Roney.
Inspiração nas escrituras
A maioria dos jovens pratica o namoro de corte por motivação religiosa, citando os versículos bíblicos de Tessalonicenses 4:3-4
“A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual”
“Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa”
Istoé - Camila Brandalise
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