Ministério Público do Trabalho pede condenação da Igreja Católica por pedofilia
O
Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou, há cerca de um mês, na 3ª
Vara do Trabalho, ação civil pública contra a igreja católica por
violações aos direitos da infância e a juventude. O órgão pede a
condenação da igreja em virtude de casos de pedofilia envolvendo a
Arquidiocese da Paraíba.
Para ingressar com a ação o MPT se baseou
em depoimento testemunhal das vítimas, que comprovaram as práticas
sexuais. No processo, o MPT apurou a exploração sexual de meninos para
fins comerciais como uma forma de trabalho infanto-juvenil.
Os
crimes ocorrem há vários anos e há indícios de que religiosos continuam
praticando os delitos na Paraíba. Depoimentos das vítimas que chegaram a
vazar em redes sociais durante a investigação mostram que padres
ofereciam dinheiro e até lanches e roupas para manter relações sexuais
com adolescentes.
Uma das vítimas aponta que um padre chegou a se
relacionar sexualmente com um jovem dentro da própria igreja. Orgias em
propriedades privadas e casos de assédio também são relatados por várias
vítimas.
O procedimento de investigação chegou a ser suspenso em
2016 pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Borges, que
entendeu não ser competência do MPT investigar os crimes
denunciados. Porém, o Conselho Nacional do Ministério Público arquivou
denúncia que questionava a atuação do MPT.
Incalculável número de vítimas
A
lista de vítimas dos padres é incalculável, já que a suspeita é de que
os casos de pedofilia ocorram há vários anos. Acusações pesam contra os
monsenhores Jaelson e Ednaldo, citados de forma recorrente por vítimas
que prestaram depoimento.
Monsenhor Jaelson é acusado de levar
meninos para quartos construídos atrás da igreja e manter relações
sexuais até mesmo dentro da igreja. Em troca, o religioso ofertava
lanches e roupas, conforme o depoimento. Por sua vez, monsenhor Ednaldo é
acusado de pagar até R$ 400 para fazer sexo com jovens.
Investigação arquivada pelo Ministério Público da Paraíba
Na
última quinta-feira, o Conselho Superior do Ministério Público da
Paraíba arquivou denúncia para investigar os casos de pedofilia na
igreja católica da Paraíba. O argumento é de que o crime prescreveu.
Tanto
o processo do MPPB quanto o do MPT se baseiam na mesma denúncia. No
entanto, o órgão estadual apurava o aspecto criminal da pedofilia,
enquanto o MPT conduziu as investigações relativas a exploração sexual
de meninos como uma forma de trabalho infanto-juvenil.
Procurado
pela reportagem do Portal MaisPB, o procurador Eduardo Varandas se
limitou a confirmar que o Ministério Público do Trabalho havia proposto a
ação pedindo a condenação da igreja por danos à infância e a juventude,
sem maiores detalhes. Ele declarou que o processo corre em segredo de
Justiça. Varandas afirmou ainda que órgãos do Ministério Público são
independentes entre si e não lhe cabe avaliar a postura do Ministério
Público do Estado.
MaisPB
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